As eleições em Santa Bárbara, município que se situa na região Nordeste 30 km após Feira de Santana em direção a Serrinha, é marcada por uma situação "sui-generis", provavelmente única no estado, na chamada "guerra das bandeiras". Ou seja, cada familia identifica seu candidato a prefeito através de uma bandeira colocada em frente da residência ou sobre a casa. Bandeira vermelha (PT), bandeira azul (PP).

   Na eleição passada (2008) a voz corrente no município era de que havia uma predominância de bandeiras vermelhas e poucas azuis. A população apostou na candidatura do professor Jailson Costa e o elegeu com grande margem de direfença. Agora, a situação se inverteu ou pelo menos equilibrou: tem mais bandeiras azuis do que vermelhas. Diz-se que o candidato do PP, Niltinho, equilibrou o jogo e a disputa será acirrada.

   Os adversários do prefeito Jailson, o qual tenta à sua reeleição, dizem que ele foi um "fracasso" e até obras do governo federal, uma vez que é do partido de Dilma/Lula, não consegue para o município. A saúde está em frangalhos, a educação pior, e o Minha Casa Minha Vida, como apenas 30 habitações, nunca foi concluida. Além disso, a população se queixa do abandono de Santa Bárbara e suspeitam de avanços patrimoniais de petistas.

   O prefeito já disse que isso não é com ele e até colocou à disposição dos "fofoqueiros" a relação dos seus bens junto à Justiça Eleitoral: um carro gol no valor de R$13 mil; uma casa em Santa Bárbara no valor de R$20 mil; 2 lotes de terras no Lot Manaus R$3.500,00 e mais 2 lotes no Lot Terra Santa avaliados em R$3.500,00. Total: R$40.000,00.

   Os comentários na cidade são de que os bens do prefeito seriam bem mais valorizados do que esses. O certo é que, diante de tal situação, a cidade está mobilizada e quase todas as casas têm bandeiras ou vermelhas e/ou azuis. Como a cidade é pequena ninguém escapa ou pode ficar em cima do muro.

   Segundo Reinaldo Afonso do Amaral, da lanchonete Amaral, que fica situada na Av Jocelim Oliveira, a principal da cidade (prolongamento da BR-116) "aqui a paixão é grande pelos candidatos e todo mundo tem que dizer com quem está, ninguém pode ficar indiferente. E aqueles que ficam a gente também sabe de tudo", frisou.