Gestores públicos estaduais, vereadores de Salvador e representantes de associações e entidades civis parriciparam de audiência pública realizada nesta sexta-feira, 24, no Centro de Cultura da Câmara Municipal. O assunto foram os termos da parceria público-privada (PPP) para a implantação do sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas.
A PPP envolve a conclusão da linha 1 (trecho Acesso Norte-Pirajá) e a construção da linha 2 (Avenida Bonocô-Lauro de Freitas). Tudo esse processo, incluindo as estações dispostas nos trajetos, obrigações impostas aos concessionários, forma de remuneração e modelo tarifário foram apresentados pelo chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur), Eduardo Copello.
A audiência foi aberta pelo presidente da CMS, Pedro Godinho (PMDB). Em seguida falou o titular da Sedur, Cícero Monteiro, destacando a importância entre Governo do Estado, Prefeitura e Legislativo Municipal. Segundo o secretário, cerca de R$ 3,5 bilhões serão destinados ao sistema metroviário e à Via Expressa, cuja conclusão deve ocorrer em fevereiro.
De acordo com Copello, o metrô terá cinco terminais de interligação com o sistema de ônibus e uma estação de integração (Bonocô) entre as linhas 1 e 2, sem necessidade de pagar nova passagem. Além disso, todas as estações do metrô preveem bacias de alimentação com o transporte coletivo. Os 475 mil passageiros previstos por dia terão à sua disposição, em 2015, 30 composições (com quatro vagões cada).
Modelo questionado
Para o presidente da Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais, Jorge Jambeiro (PP), porém, o tipo de modal ou a sua quantidade não serão capazes de promover a melhoria do sistema de transporte, mas sim a sua abrangência.
O pepista questionou o convênio de cooperação firmado e criticou o sistema projetado, por não atender às necessidades das comunidades de Cajazeiras e do Subúrbio. “Não posso concordar com isso”, disse.
Mesmo posicionamento teve o líder da bancada do Governo na Câmara, Téo Senna (PTC), questionando “a abrangência do projeto para a população mais carente”. Perguntou se há garantias de preço popular às tarifas do metrô.
Na opinião da líder da Oposição, Vânia Galvão (PT), o sistema metroviário contribuirá de forma positiva para a mobilidade urbana em Salvador. Ela revelou que há uma preocupação em relação a outras áreas da cidade, como Águas Claras, Cajazeiras e Subúrbio, e afirmou acreditar no atendimento dos pedidos da população de regiões como São Cristóvão, Mussurunga e Bairro da Paz.
Ainda participaram da audiência a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho; o secretário estadual da Fazenda, Carlos Alberto Petitinga; a diretora de Mobilidade Urbana da Sedur, Ana Cláudia Nascimento; o procurador Paulo Moreno, representando a Procuradoria Geral do Estado; o representante da Sedur, Rogério Princhak; e o representante da Fundação Copptec, Rômulo Orrico.