Foi aberto nesta quinta-feira, 16 em Salvador, um encontro de intercâmbio entre representantes de cinco territórios de identidade da Bahia para discutir questões relacionadas a raça, gênero e enfrentamento à violência contra as mulheres negras na Bahia.

A coordenação é do Projeto Encruzilhada de Direitos, que integra um conjunto de esforços pelo fortalecimento dos movimentos de mulheres, negro e de diálogo com organismos governamentais sobre políticas públicas capazes de reverter o quadro histórico de desigualdade social.

A socióloga Vilma Reis, do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da UFBA, defendeu a inclusão da pauta das mulheres negras entre as prioridades do poder público: “Temos uma agenda de enfrentamento à violência sexista, que precisa ser transformada em políticas públicas”.

Citou ainda casos como os conflitos no quilombo Rio dos Macacos, em Salvador, dificuldades de acesso aos direitos previdenciários no sul e baixo sul baiano e o crescimento da violência contra mulheres do sisal, entre outros.

Secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, relatou números do Mapa da Violência 2012, que colocam a Bahia como o 6º estado no índice de homicídios femininos, acreditando na superação deste quadro: “São dados que assustam, são desafiadores”.

Ela elencou as prioridades do governo estadual para a área nos próximos meses, entre eles, a renovação do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, fortalecimento da rede de atenção às vítimas, além da instalação de nove novos Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAM).