O governador Jaques Wagner afirmou, nesta terça-feira (5), em entrevista na governadoria (CAB), que a decisão de manter a greve dos professores da rede pública estadual é "inexplicável" e que foi recebida com "tristeza, decepção e indignação. "

    Revelou que a proposta de ganhos escalonados de 3% e 4% saiu de integrantes da APLB/Sindicato e foi incorporada pelo governo e ressaltou que em nenhum momento se falou de que será necessária uma prova, mas sim cursos de qualificação. "Ninguém terá que fazer prova, só terá que estar presente nos cursos", esclareceu.

    O fato de uma nova assembleia ter sido marcada para terça-feira da próxima semana (12), um hiato de sete dias, sugere, para o governador, descaso com a situação dos alunos. “

   "Não consigo entender o que passa na cabeça desses educadores e de suas lideranças. Fui sindicalista, da iniciativa privada, e (quando em greve) as nossas assembleias eram permanentes, às vezes duas ou três vezes ao dia. Eles, sindicalistas do serviço público, estão prejudicando os alunos mais carentes da sociedade", falou o governador, acrescentando que não há direito a salário que seja maior que o direito dos alunos à educação.

   Sobre as afirmações, dos sindicalistas, de que o governo estaria sendo intransigente, Jaques Wagner lembrou que a cada vez que o governo se movimenta (apresenta uma proposta) "eles não saem do lugar". Quero, cada vez mais, valorizar os educadores, mas tenho limites", observou.

   NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

   Também nesta tarde de terça-feira, 5, no plenário da Assembleia Legislativa as greves (professores e médicos) foram temas mais comentados, ao lado da seca, objeto de um pronunciamento por 20 minutos do deputado Mário Negromonte Jr. Para o deputado Rosemberg Pinto (PT), a greve dos professores já passou do limite e, ao que tudo indica, "os sindicalistas estão encarando o movimento como um hobby".

   Já o lider da oposição, deputado Paulo Azi, DEM, entende que o movimento sindicalista dos professores perdeu a confiança no governador Wagner e no que ele diz, e não vê o governo se mexer no plano do diálogo de sentar com os professores. Segundo Azi, a última proposta partiu de uma declaração do governador na televisão.

   O parlamentar anunciou, ainda, que vai ingressar com uma ação no MP para que o governo pague os salários dos professores como determinou a Justiça.