Após duas semanas de paralisação, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral)
da Bahia retoma nesta terça-feira (24) o julgamento que pode provocar
a cassação da prefeita de Candeias, Maria Maia (PMDB), acusada pelo
Ministério Público de receber R$ 266 mil de uma pessoa morta durante a
campanha de 2008. A prefeita, que tentou evitar o julgamento diversas
vezes, começa a sessão com derrota: no último dia 11, o relator do
caso, juiz Josevandro Souza Andrade, anunciou o seu voto pela
cassação. O julgamento foi paralisado porque o juiz Maurício Kertzman
pediu vistas do processo.

O Diário Oficial do Poder Judiciário confirmou a retomada do
julgamento para esta terça-feira. Maria Maia e seu vice, Antonio
Raimundo dos Santos, são acusados de abuso do poder econômico, gastos
não contabilizados da campanha (caixa 2), além do recebimento de R$
266 mil de uma doadora que morreu quatro anos antes das últimas
eleições, nos Estados Unidos. As investigações da doação da senhora
Almerinda Monteiro dos Santos, morta em 2004, foram realizadas pela
Policia Federal, que encaminhou o inquérito para o MPF (Ministério
Público Federal) na Bahia.

Baseado nas provas, o MPF ingressou com uma ação penal contra a
prefeita de Maria Maia. Além da prefeita, outras seis pessoas foram
denunciadas pelo MPF e, se condenadas, podem pegar de dois a seis anos
de prisão por crimes de falsificação de documentos públicos e uso de
documentos falsos. Em sua última tentativa de postergar o julgamento,
Maria Maia recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e também foi
derrotada. O ministro Marco Aurélio indeferiu pedido apresentado pelos
advogados da prefeita sob a alegação de que Maria Maia queria apenas
"retardar o andamento do processo". Nos bastidores do TER, a cassação
da prefeita é dada como certa.