Uma mistura de fé e devoção levou a comunidade de Jauá ao cortejo que deu início a Lavagem de Jauá, na orla de Camaçari, na última sexta-feira. Embalados pelo som da banda de sopro e cânticos de afoxé, comunidade, baianas, turistas, lideranças políticas como o presidente do PTN local Maurício Bacelar, desfilaram unidos a fim de resgatar as festas populares e tradições do município. "Estamos aqui, unidos - PTN, DEM, PP, PSDB, PRP, PMDB, PPS, PTC e PSDC - junto com a comunidade local, resgatando as nossas festas populares e trabalhando para que elas sejam integradas ao calendário de festas da Bahia e, com isso, darmos força ao turismo local, como ocorre com a Lavagem do Bonfim ou a Festa de Iemanjá que hoje são conhecidas mundialmente", enfatizou Maurício Bacelar.
Durante a lavagem a comunidade rende homenagens ao padroeiro local Bom Jesus dos Navegantes e percorrem os 3,5 quilômetros da entrada do distrito ao Largo do Papagaio, onde baianas com seus trajes típicos fazem a lavagem das escadas da igreja. . "As manifestações culturais representam a identidade de um povo, por isso é importante promover e manter as festividades", ressaltou Bacelar. Os festejos prosseguem até a próxima segunda-feira (31/01), com apresentações à beira mar e palco principal.
AGRESSÃO - Maurício Bacelar lamentou, entretanto, a tentativa do prefeito Luiz Caetano de transformar as festas populares de Camaçari num comício político, como fez ontem na Lavagem de Jauá. Momentos antes das baianas lavarem as escadarias da Igreja, Caetano interrompeu a festa para fazer um discurso, sendo vaiado pela comunidade, que ficou revoltada.
"Por isso as nossas tradições estão se perdendo. São atitudes como esta do prefeito Luiz Caetano, de transformar as festas populares em trampolim político que afastam a população dos eventos e as fazem desacreditar dos políticos. Por isso a população reagiu e vaiou o prefeito", narrou Bacelar.
Revoltados com a situação, prepostos do prefeito liderados por familiares Caetano partiram para agredir a população que se aglomerava em frente a igreja. "Foi uma pancadaria geral promovida por aqueles que deveriam respeitar a participação popular numa festa feita pela comunidade local. Uma situação vexatória para o grupo do prefeito", lamentou Maurício Bacelar.
O vereador Elinaldo (DEM), na tentativa de conter os prepostos do prefeito lançados contra a população, chegou a ser agredido fisicamente por um sobrinho de Caetano. O vereador registrou queixa da agressão na Delegacia de Vila de Abrantes. "Essa é uma situação lamentável e o vereador vai denunciar esse abuso formalmente na Câmara de Vereadores. A população não pode permitir esse tipo de abuso em suas festas populares. Temos que estar ao lado da população trabalhando para abrilhantar cada vez mais as suas manifestações populares e não participando para causar brigas e tumultos. Esse não é o papel do Poder Público que deve, sim, atuar na promoção da paz", concluiu Maurício Bacelar.