Política

DESEMBARGADORIA LUISLINDA RECEBE MEDALHA MARIA QUITÉRIA DA CÂMARA SSA

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| 31/12/2011 às 14:07
Desembargadora Luislinda Valois
Foto: A Tarde

Depois de vencer mais uma, talvez a última e mais significativa batalha de sua rica trajetória de vida, conseguindo, através de determinação do Conselho Nacional de Justiça (TJ-BA), ser confirmada como desembargadora do Tribunal de Justica da Bahia, a juíza Luislinda Dias de Valois Santos será homenageada também pela Câmara de Salvador.

Logo após o recesso parlamentar, no início de 2012, a magistrada receberá a medalha Maria Quitéria, num dos últimos projetos aprovados pelo Legislativo municipal. A iniciativa vereador Alcindo Anunciação (PT) contou com o apoio dos demais vereadores.

Para Tia Eron (PRB), grande amiga de Luislinda, a honraria é mais que merecida, por toda a história de lutas e um currículo cheio de dignidade. Ela é considerada a primeira juíza negra do Brasil e a primeira também a dar sentença num processo de discriminação racial no País.

Nascida a 20 de Janeiro de 1942 e graduada em Direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), foi escrevente datilógrafa do DNER, chegando a fazer parte da Comissão Permanente de Inquéritos. No mesmo órgão foi membro de dezenas de comissões de balanço do 5° Distrito Rodoviário Federal, professora de trânsito, advogada, procuradora autárquica e chefe da Procuradoria.

Em 1984 tornou-se juíza de direito do Estado da Bahia e atuou em 10 comarcas, incluindo a área eleitoral e assessoria da Presidência do TJ-BA; coordenou o Projeto Justiça, Escola e Cidadania e os juizados especiais baianos, fazendo parte de seu Fórum Nacional.

Ao longo da carreira, Luislinda Valois militou na erradicação de toda e qualquer forma de discriminação racial, sendo ela mesma um exemplo, ao derrubar barreiras e atravessar obstáculos, provando competência, capacidade e inteligência. Contribuiu para a criação e instalação da Justiça Itinerante (ônibus) em Salvador e Feira de Santana, facilitando o acesso ao sistema judiciário à população carente, majoritariamente negra. Participou ainda da implantação de diversos juizados criminais, bem como da Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher - realizado no Palácio do Planalto em Brasília.