MIUDINHAS GLOBAIS:
1. Salvador está vivendo um momento de decadência em sua imagem como um local bom para se passar o verão, cidade festeira, amiga, hospitaleira e assim por diante. Além do assustador ambiente de violência que se instalou nos últimos tempos e da ausência de gerenciamento mais eficiente nas esferas municipal e estadual, a capital baiana está se tornando num dos locais mais caros da América do Sul e até mesmo em relação a alguns locais nos EUA, na Europa e na Ásia.
2. É inconcebível que um spaghetti ao molho de camarão custe R$60,00 num dos restaurantes classe-média e uma cerveja esteja sendo vendida nos botecos e pizzarias do Rio Vermelho a R$6,00 a unidade, considerando-se os 10% de serviços, a R$6,60. No circuito comercial da Tancredo Neves, a média do bife de tiras e do filé gira em torno de R$65,00 sem a guarnição.
3. Ora, uma caixa de cerveja na venda ao atacado fica em torno de R$48,00 posta na porta dos estabelecimentos comerciais e está sendo repassada ao consumidor por R$144,00 (sem os 10% do garçom) e a R$158,40 (com os 10% da prestação dos serviços. No caso do choppinho nosso de cada dia é ainda mais indecente: nas áreas de alimentação dos shoppings o de 300mil tá por R$4,50 (uma golada) e o de 500 ml a R$7,50.
4. Recentemente, um casal argentino que tem parentes residindo na Airosa Galvão, Barra, foi a um dos restaurantes da Marina, na Contorno, e ficou assustado com a conta no final do jantar com total de R$347,00. E o que comeu por lá? Um pato ao molho de damasco, um pernil de coelho e tomou uma garrafa da Côte francesa, a mais barata, de R$70,00. O couvert cobrado ao casal, pão em torradas, cenouras e quatro porções de pastas custou R$50,00; uma água mineral R$8,00 e uma sobremesa R$36,00.
5. O que se depreende dessa situação é que muita gente está preferindo ir a outros locais e deixando Salvador fora dos seus roteiros. Hoje, passar uma semana em Buenos Aires, em Santiago ou em Lima está muito barato que a capítal baiana. Na Europa, mesmo com o euro nas alturas é mais barato. Janta-se num restaurante classe média no centro de Londres, que é uma das mais caras cidades da Europa, com 60 a 70 euros, com vinho, sobremesa e tudo mais.
6. Buenos Aires nem se fala. Come-se um bife de tiras na Corrientes, na melhor churrascaria portenha, mais barato do que na Tancredo e na ACM. E, em Lima, que serve frutos do mar do Pacífico, de melhor qualidade do que do Atlântico, com R$100,00 se faz uma farra. Em Salvador, hoje, com R$100,00 um casal não come nem uma pizza se for tomar uns dois choppinhos e pedir um cafezinho de sobremesa.
7. Veja que Lisboa, uma cidade insosa, sem grandes atratitos e artistas de renome, onde predomina casas de fado para o camarada chorar e os pratos típicos são sardinha e bacalhau, consegue fazer um réveillon que leva centenas de baianos e se tornou uma atração para a baianada. Atravessa-se o Atlântico e fica-se em bons hotéis a preços que dão inveja a quem vai a Sauipe e a ao Litoral Norte.
8. Então, pergunta-se: por que a capital baiana ficou tão cara? Ninguém entende. A mão-de-obra se equivale na América Latina e os preços no atacado idem. Na Europa, os preços no atacado são bem mais caros do que na Bahia e quando se vai num restaurante, mesmo em Paris numa área de turismo, é mais barato do que em Salvador. Em NY se come num italiano de primeira qualidade proximo da 5ª Avenida com 20 dólares, sem o vinho.
9. Outro dia o presidente do Olodum, João Jorge, me disse que a baianada, já sem atrações turísticas e tirando o couro dos visitantes, caminha para matar a sua "galinha de ovos de ouro", o Carnaval. E é isso mesmo, com os preços nas alturas, suja, abandonada, Salvador já está pagando um alto preço por isso. Se decair mais, pra recuperar, vai ser um parto, com "galinha de ovos de barro".
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10. O pré-candidato a Prefeitura de Candeias e deputado estadual pastor sargento Isidório (PSB) recebeu, nesta segunda-feira (26), o comandante Geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Braga de Castro, na Fundação Dr. Jesus, em Candeias. A entidade atende quase mil dependentes químicos, entre homens e mulheres.
11. O coronel mostrou-se surpreso com o trabalho realizado na Fundação e afirmou que não imaginava o porte da entidade e do tratamento dispensado aos dependentes químicos.