Ovacionada, a aluna mais idosa do programa, a ex-empregada doméstica Maria Pulquéria de Jesus, com 90 anos, foi homenageada e falou da emoção de ser alfabetizada e dos momentos de alegria que passou com os colegas de turma. Ela teve ainda uma segunda emoção, relatada por Gabrielli, que foi ver seu neto trabalhando no evento. Para o presidente da Petrobras, o projeto tem também esse papel, de ser elemento fundamental para fortalecimento dos movimentos sociais.
"O objetivo não é simplesmente ensinar a ler, mas fazer com que as pessoas se identifiquem, sintam-se valorizadas e que todos os participantes sejam multiplicadores do Mova".
Presente ao evento, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), responsável pelo início do projeto na Bahia, em 2003, quando ocupava a Gerência de Comunicação da Petrobras, revelou que o Mova foi visto como um projeto para melhorar a vida das pessoas e que o aprendizado não deve ficar restrito apenas à alfabetização.
"É o início de um processo de ascensão à cidadania até o acesso à própria universidade", diz.
ALFABETIUZADOS 32.823 NA BAHIA
Desde o início do projeto, em 2003, foram alfabetizados 172.542 brasileiros, sendo 32.823 deles na Bahia. Exemplo do projeto, Maria Pulquéria de Jesus mora em Conceição do Jacuípe. Ela começou a trabalhar aos oito anos de idade, quando foi dada por sua mãe para ser empregada doméstica em uma casa de família, onde ficou até a velhice. Ela cresceu vendo a família sobreviver da cata e venda de lixo em Canabrava.
O educador Paulo Freire também completaria 90 anos este ano, lembrou o presidente do IPF, Moacir Gadoti.
"A metodologia foi criada em 1989 com base em estudos que o Paulo Freire vinha desenvolvendo desde a década de 1950, incluindo um dado essencial: a inclusão dos movimentos populares. Chegar onde os governos não chegam e introduzir a figura dos articuladores sociais. O programa tem a capacidade de transformar a realidade social", salientou.
Gabrielli acrescentou que o Mova é um projeto transformador e que casa perfeitamente com a forma de desenvolvimento que o País vem atravessando, valorizando as camadas mais pobres e também investindo em programas como a agricultura familiar. "É importante educar e também dar oportunidade de trabalho e renda à população", refletiu.
Incentivador da agricultura familiar, Rosemberg disse que o desenvolvimento do País passa pela fixação do homem ao campo, com oportunidades de crescimento pessoal, "o que o Mova vem fazendo com bastante êxito". O evento contou com a participação de alunos, educadores e mais as presenças do deputado federal Luiz Alberto, também dos quadros da Petrobras; Francisca Elenir Alves, coordenadora do Topa; Cristina Rabelo, gestora do Mova, entre outras personalidades.