Em pronunciamento na tribuna da Câmara, em Brasília, o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB) comentou os resultados do Estudo de Demanda do Turismo Internacional no Brasil, do Ministério do Turismo, que infelizmente confirma que a Bahia continua perdendo posições como o destino de visitantes estrangeiros no Brasil.

  "Embora a Bahia permaneça em 5º lugar entre as Unidades da Federação, considerando-se o total das motivações da viagem, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, a participação do nosso Estado da Bahia, no total, continua caindo, passando de 7%, em 2006, para 5,9%, em 2010", frisou o deputado com base no documento estatal.

   Santa Catarina teve participação de 13,2% e Paraná de 13%. "O mais grave de tudo isso, entretanto, é que estão se alargando as diferenças entre Bahia e os Estados de Santa Catarina e Paraná, que estão à sua frente. Ou seja, as participações desses dois Estados estão crescendo, com o destino de visitantes estrangeiros, e a participação da Bahia diminuindo", diz Imbassahy.

   Para o deputado esses resultados permitem algumas interpretações sobre as perdas das posições da Bahia e de Salvador no turismo internacional.

   "As perdas de Salvador, que acabam influenciando muito a posição da Bahia está, sem dúvida, relacionada à acelerada degradação de importantes pontos de referência da cidade, como sua belíssima Orla Atlântica e seu patrimônio arquitetônico, conhecido mundialmente, Pelourinho, e às questões também da segurança pública", destacou o deputado.
 
  "Recentemente, tivemos a notícia de que a Bahia, que em relação ao índice de violência, de criminalidade era o 23º Estado da Federação, hoje, lamentavelmente está em 7º lugar. Registro também, para minha tristeza, que a cada 4 horas acontece um homicídio em Salvador e na região metropolitana. Então, são estes itens: Orla, Pelourinho, índices de segurança, falta de novos investimentos em hotelaria, queda do movimento cultural, além da falta de agressiva política de promoção que resultaram na queda baiana".

   Fica também evidenciado o prejuízo de outros importantes destinos, que poderiam aumentar seus fluxos turísticos como de Porto Seguro, cujo aeroporto não é ampliado, como também das regiões de Ilhéus e Itacaré. O Aeroporto de Ilhéus está completamente congestionado sem que nenhuma atitude efetiva do Governo Federal tenha sido adotada até então.

   Todas essas informações, sequenciou o deputado, sobre a queda de visitantes pode ser absolutamente confirmada pelo movimento de passageiros provenientes de voos internacionais para o Aeroporto de Salvador na estatística da INFRAERO.

   - Constata-se claramente a perda de posição do Aeroporto de Salvador com relação ao movimento de passageiros em voos internacionais. Tradicionalmente ocupando a terceira posição, apenas atrás de Guarulhos, em São Paulo, e do Galeão, no Rio de Janeiro, estamos agora também perdendo posição para Brasília e para outros Estados e outras capitais do Brasil.

   - E não se pode alegar, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que esse é um problema de natureza nacional. Não é. Não existe qualquer razão de ordem mais global para justificar a péssima performance do Aeroporto de Salvador, pois todos os principais aeroportos internacionais tiveram crescimento no período, a maioria expressivo, ficando a exceção por conta de Natal e Fortaleza.

   - Entre 2003 e 2006, o movimento de passageiros de voos internacionais no Aeroporto de Salvador cresceu 177% e, entre 2007 e 2010, coincidentemente no Governo do PT na Bahia, caiu 16%. A conclusão lógica é que as razões da queda são de natureza interna, são resultantes de políticas equivocadas, que paralisaram novos investimentos não apenas no turismo, mas na economia de modo geral, bem como da falta de eficácia dos programas voltados para promoção e fluxo de turistas estrangeiros para o nosso Estado.

   - Por fim, quero apenas registrar declaração do Presidente da CVC, Sr. Guilherme Paulus, maior operadora de turismo do Brasil, quando disse que a Bahia está fora do cenário turístico nacional e internacional. Isso é muito grave. E mais ainda, disse o Presidente da CVC que tem chamado a atenção reiteradas vezes do Governador da Bahia, Jaques Wagner, e do Prefeito de Salvador, da nossa Capital, João Henrique. Todavia, a situação não se modifica.

   - Peço ao Governador e ao Prefeito que olhem essa questão de grande importância para a Bahia e para o Brasil.