Política

WAGNER SINALIZA QUE GABRIELLI PRECISA CONSTRUIR CANDIDATURA NA BAHIA

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| 08/12/2011 às 17:28
Governador durante encontro com jornalistas em jantar, ontem, à noite
Foto: Manu Dias

  (Por Limiro Besnosik)

Eleição em 2012? "Desejo ficar equidistante". Pleito de 2014? "Quero fazer meu sucessor - prefiro que o candidato seja do PT - e trabalhar para a reeleição de Dilma". Pesquisas de opinião? "Para mim, as que valem mesmo só a partir de abril do ano da eleição".


O cardápio da entrevista no jantar de balanço anual do governador Jaques Wagner com a imprensa, na noite desta quarta-feira, 7, no Palácio Rio Branco (Praça Tomé de Souza), teve assuntos para atender vários apetites, num clima descontraído. Wagner respondeu sobre obras do Estado, Metrô, PDDU da Copa, ponte Salvador-Itaparica, segurança pública, metas para o próximo ano e até mesmo sobre seu futuro, embora tenha sido cauteloso: "Ainda é muito cedo para falar".


Sobre o PDDU da Copa, cujas discussões despertam polêmica entre os vereadores de oposição na Câmara de Salvador, o governador anunciou que colocará a estrutura política do Governo para mediar o diálogo com a bancada do PT, facilitando a aprovação do projeto.


Em sua opinião, em situações especiais e urgentes como esta da Copa, quando se pode aproveitar para obter ganhos para a cidade, é preciso haver sensibilidade e flexibilidade dos legisladores e gestores na adequação das leis vigentes, ainda que por tempo limitado ao evento específico. Para Wagner, os investidores precisam ter segurança para serem atraídos, tornando seus negócios viáveis, do contrário os empreendimentos não se concretizarão, e o prejuízo será de toda a comunidade.


Todo mundo no páreo


Apesar de considerar distante o pleito de 2014 o governador diz ter consciência de sua importância para o projeto político do PT. Fazendo uma rápida análise das quatro pré-candidaturas postas até o momento (José Sérgio Gabrielli, Moema Gramacho, Luiz Caetano e Walter Pinheiro), não quis se comprometer com nenhuma delas e chegou a admitir a possibilidade de surgimento de outros nomes, até de partidos integrantes da base aliada. "Não vou tirar o direito de ninguém se apresentar", assegurou.


A seu ver, Gabrielli (atual presidente da Petrobrás), se desejar concorrer ao Palácio de Ondina, precisa trabalhar para construir seu nome, escolhendo um dos dois caminhos, após deixar o cargo federal: trabalhar no partido ou passar a integrar o Governo do Estado. Perguntado se já conversou com o provável concorrente sobre essa possibilidade, sorriu e saiu pela tangente: "Não, posso falar com ele amanhã..."


Na previsão de Wagner a escolha do candidato só deverá acontecer mesmo em meados de 2013. Até lá todos os postulantes terão que se credenciar para se tornarem possibilidades viáveis no processo sucessório, e citou Dilma Roussef como exemplo desse credenciamento. Para o petista baiano, foi o trabalho realizado pela atual presidente, quando ministra de Lula, que a colocou em condições de disputar e vencer as eleições em 2010.


Quanto a seu futuro, o dirigente afirmou se sentir realizado com suas conquistas políticas, e não se vê obrigado a disputar qualquer cargo após o término do mandato, embora esteja disposto a encarar outro desafio a ser proposto pelo partido.


Estudos de impacto


O governador anunciou para fevereiro a conclusão do projeto da ponte Salvador-Itaparica. Segundo ele, está sendo constituído um grupo de trabalho entre as Secretarias de Infraestrutura (Seinfra) e Fazenda (Sefaz) para criar uma empresa, capaz de fazer os estudos necessários à implantação, não apenas de uma obra de engenharia, mas de um plano de desenvolvimento para o Recôncavo e Baixo Sul, através de uma novo sistema viário, interligando Salvador (aproveitando a Via Expressa) à BR-242.


Em seu discurso, o novo equipamento, cuja inauguração prevista é para 2018 poderá trazer benefícios para a região de Itaparica, tal como aconteceu com Niteroi, hoje considerado um dos melhores endereços para se viver no país, apesar da ponte, ligando-o ao Rio de Janeiro.