O deputado Capitão Tadeu (PSB) protestou na Assembleia Legislativa contra decisão da Justiça Federal da Bahia que determinou a prisão preventiva de sete policiais militares lotados em Brumado, na Região Sudoeste, que abordaram ocupantes de uma caminhonete com placa do Paraná conduzida - se descobriu depois - por policiais federais.
O parlamentar dedica atenção especial do seu mandato à segurança pública e a toda problemática que envolve as polícias civil e militar, de onde é oficial da reserva.
Ele solicitou, através de indicação endereçada ao governador Jaques Wagner, a suspensão de todas as abordagens efetuadas por policiais militares até que exista segurança jurídica para os policiais e para a sociedade, pois no seu entender a ação realizada em Brumado foi legítima e correta. Afinal, a caminhonete em que estavam os policiais federais usava uma placa oriunda de uma motocicleta, sendo ilegal, pois não era sigilosa - sob o controle do órgão de trânsito.
PLACA FRIA
Para Tadeu, a utilização da "placa fria" justificou plenamente a abordagem dos PMs da Bahia, ressaltando que não houve por parte dos "até então suspeitos" alegação de maus tratos ou truculência". Houve sim, frisa, a reclamação de que a abordagem atrapalhou a investigação (tida como secreta) que eles executavam. Entende o deputado Capitão Tadeu que a investigação que os policiais federais realizavam foi desastrosa, pois deixaram-se "notar como suspeitos" provocando a abordagem.
Na indicação que apresentou ao Legislativo, o deputado do PSB usou um dito popular para ilustrar a sua visão do episódio: "Foi o legítimo caso do gato escondido com o rabo de fora". Portanto, ele não se conforma com a atitude corporativista do delegado da PF de prenome Vítor que, "numa atitude corporativista", fez instaurar um inquérito policial que obteve a "surpreendente" ação do juiz federal substituto de Jequié, Rafael Lano, que, ouvindo apenas a versão dos policiais federais envolvidos no incidente, determinou a prisão preventiva dos policiais militares.
O deputado Capitão Tadeu classificou esse precedente como grave, a ponto de colocar os agentes da lei da Bahia numa encruzilhada que a própria administração estadual considera como correta, de fazer abordagens, defendendo e elogiando essas ações policiais através de peças de propaganda e vídeos institucionais. Ele frisa que esse trabalho deve levar sempre em conta o respeito aos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana, mas lembrou que os policiais precisam ter os seus direitos também observados.
O socialista entende ainda que o episódio respingou de forma desfavorável à própria administração estadual, que teve seus dedicados servidores presos ao agir dentro da lei, em nome do governo, e por determinação dos mais altos escalões da segurança pública. Por isso, até que o quadro esteja claro e os parâmetros de ação fixados solicita ao governador Jaques Wagner que faça suspender a todas as abordagens policiais até a restauração da segurança jurídica para os policiais e para a sociedade como um todo.