O novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador, já apelidado de PDDU da Copa, dominou as discussões na curta sessão desta terça-feira, 29, na Câmara de Vereadores. O texto chegou na sexta-feira, 25, tendo como justificativa a adequação da legislação frente ao evento esportivo.
Como se esperava, as reclamações vieram da oposição, creditando ao prefeito João Henrique Carneiro morosidade no envio do Projeto 7.400.08, justo quando a Casa se vê às voltas com outras matérias polêmicas, como os vetos (ora trancando a pauta) do alcaide a leis aprovadas pelos edis e a Lei de Ordenamento e Uso do Solo (em elaboração no Palácio Thomé de Souza), cuja chegada é esperada pelo legislativo.
Para Marta Rodrigues (PT) cinco audiências públicas deveriam ter sido feitas pela Prefeitura, antes mesmo do envio do texto, conforme determina o Estatuto da Cidade. Em vez disso, é a CMS quem promoverá essa consulta popular, todas em dezembro, a primeira na sexta-feira, 2, às 9 horas, no Centro de Cultura.
Líder do governo, Téo Senna (PTC) cumpriu seu papel, ao tentar minimizar a polêmica. Reafirmou a necessidade de discutir o Plano com a sociedade civil e assegurou que ele se refere tão somente ao poligonal da Fonte Nova, não devendo provocar grande impacto sobre o restante da cidade.
Aladilce Souza (PCdoB) não perdeu a oportunidade para estocar JH por ter deixado para o final do ano o envio do PDDU, com a Câmara envolvida em outros assuntos polêmicos. Chamou atenção para a atitude responsável da Casa na discussão do Plano e de outros projetos como a LOUS.
Alcindo Anunciação começou a questionar o conteúdo do projeto, colocando em dúvida a necessidade de mais hotéis na cidade. Segundo ele, se a rede hoteleira é suficiente para a demanda do Carnaval (superior a 400 mil turistas), muito maior que a esperada para a Copa do Mundo, porque facilitar a vinda de mais empreendimentos?