O ministro chegou a chorar ao agradecer aos políticos baianos no seu discurso e, logo depois, ao falar a jornalistas, disse não ter "apego" e tampouco ficar "de joelhos", por cargos, assegurando que se sentir "desconforto" da presidente Dilma Rousseff em relação a ele, pede demissão. Ele negou irregularidades no projeto de mobilidade urbana de Cuiabá: "a obra ainda não foi licitada".
O governador Jaques Wagner (PT) defendeu o aliado ardorosamente, lamentou os ataques e acusações supostamente sem provas e chegou a brincar em relação ao fato de as especulações sobre reforma ministerial sempre incluírem como certos para sair os baianos Negromonte e Afonso Florence (Ministério do Desenvolvimento Agrário).
"O pessoal fica com ciúme da Bahia. Diz que a gente fez muito ministro baiano e toda hora fica dizendo que um baiano vai cair mas, se deus quiser, a energia baiana vai segurar todos vocês para continuarem a trabalhando pelo Brasil e pela Bahia."
Uma das suspeitas de irregularidades cometidas por Negromonte é o aval para o Ministério das Cidades aprovar uma fraude documental para dar respaldo técnico a um acordo político que alterou um projeto de infraestrutura de Cuiabá (MT), com vistas à Copa do Mundo de 2014, que encareceu a obra em R$ 700 milhões.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, um documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Viana, com autorização do chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto, adulterou o parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo mato-grossense de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). A obra orçada em R$ 489 milhões passou a custar R$ 1,2 bilhão.