O decreto do governo que fixa as áreas para fins de desapropriação nos municípios de Vera Cruz e Itaparica deixou as duas cidades "atônitas" e proprietários apreensivos. Explica-se: para uma grande maioria, esse debate da ponte e duplicação da rodovia BA 001 ainda é ficção, mas quem lida com atividades econômicas quer saber como será ressarcida pelas áreas que estão nas três poligonais e correm dos títulos e precatório do governo como o diabo corre da cruz.
O prefeito de Vera Cruz, Magno do PT, confirma essa apreensão, mas acha natural. Segundo ele, o governo ainda não organizou uma coordenação definitiva para tocar a interlocução do projeto da ponte Salvador x Vera Cruz e seus desdobramentos - hoje isso é feito pelas Secretarias de Planejamento e Infraestrutura, mas sem organicidade - o que pode deixar no início lacunas no diálogo com gestores e a sociedade. O importante, diz o prefeito, "é a definição da linha mestra para essa grande obra, desse mega investimento, que mudará radicalmente a realidade da economia e do turismo do estado. O decreto da desapropriação espelha essa realidade".
Magno disse antes de embarcar para Brasília, que os donos das áreas atingidas nas três poligonais - espaços para a habitação, duplicação da rodovia e preservação ambiental - maior parte delas em Vera Cruz, poderão participar do empreendimento. Como o projeto prevê a criação dos "Fundos Imobiliários ou de Investimentos", os proprietários das terras terão a chance de ser sócios (visão de longo prazo) ou receber títulos, pagamento na forma de precatórios.
VIA EXPRESSA
O prefeito confirmou que vai defender no debate com o governo a construção de uma via expressa nos 3040 km que cortam a Ilha, diante da previsão de que em breve, com a expansão urbana e comercial, a população local será de 70 mil habitantes. Segundo Magno, "temos que nos preparar para isso, com planejamento para a qualidade de vida e o trânsito que teremos, tanto do ponto de vista interno da Ilha, como para os que vão circular para o Recôncavo e o Sul da Bahia".
O desejo do prefeito é de que o município incorpore a ideia de cidade "social -democrática - ambientalmente planejada da Bahia, quiçá do Brasil, para isso pode-se utilizar os recursos do fundo mobiliário previsto no projeto da ponte. O PDDU que será elaborado, com apoio do governo estadual e participação da sociedade, será o balizador de tudo", diz Magno.