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Deputado Rosemberg Pinto conversa com Maria Luiza Laudano, Luciano Simões e Paulo Azi
Foto: BJÁ
Os batidores da Assembleia Legislativa estão em brasas e os comentários reinantes dão conta de que a pendência da liberação suplementar da verba de R$14.4 milhões para fechar as contas da Casa, em 2011, envolve uma possível "queimação" por parte do governador Wagner ao presidente Marcelo Nilo, PT, dentro de um previsível projeto político para entronizar um presidente deputado do PT, no período 2013/2014.
Por coincidência ou não, anos pré-eleitoral e eleitoral (2013/2014), o candidato que estaria se articulando para isso é o deputado Rosemberg Pinto vinculado politicamente a Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, e apontado como pré-candidato ao governo do Estado, em 2014, preferencial de Lula.
Nesta terça-feira, 12, por sinal, Rosemberg fazia às vezes de líder do PT e da maioria se articulando e conversando com deputados de vários partidos, sendo uma espécie de porta-voz entre a Casa e o Poder Executivo para ajudar na liberação dos recursos complementares.
Ao BJÁ, o deputado desconversa sobre a candidatura a presidente, mas, diz que está ajudando nas negociações.
"Tenho a convicação de que o governo do Estado, no que pese a Assembleia ter um orçamento aprovado, vai suprir as necessidades da Casa Legislativa como sempre o fez", confessa o deputado situando que, seguramente, isso se dará no final do exercício.
POLÊMICA
Essa, aliás, é uma das polêmicas. Disse-me um deputado da base governista, em off, que o presidente Marcelo Nilo espera que a suplementação seja repassada aos cofres da Assembleia logo agora, em final de outubro, para liberar as pendências que tem com os deputados, e não aguardar o final de dezembro, o que causaria um aperto enorme.
Segundo este parlamentar, a Assembleia da Bahia é austera em relação as outras do país, a vigésima quarta no ranking, a Casa tem recursos para absorver as demandas básicas até novembro, mas, não pode ficar nessa dependência do Executivo, aguardando o mês de dezembro. "Aqui nem todo mundo é carneirinho como se pensa", afiançou.
Na opinião do deputado Luciano Simões, líder do PMDB, o atraso do repasse é proposital "para esmagar Marcelo e isso ficou claro na reunião que tivemos ontem nesta Casa com o presidente e demais deputados".
NÃO VOTA
Um outro deputado da base do governo, e podemos dizer que é grande a insatisfação da turma não petista com o líder da maioria, deputado Zé Neto, e com o coportamento do Executivo, já estaria faltando recursos para tiquete combustível e tiquete alimentação e alguns deputados estariam reduzindo a mobilidade, afirmou ao BJÁ que se o Executivo não repassar os recursos a tempo e satisfação da base, nada será votado na Casa até o final do ano.
A informação que conseguimos colher foi de que, na quarta-feira, uma comissão de deputados irá ao governador Wagner, em reunião às 14 horas, para fazer um apelo nessa direção.
À frente, salvo melhor juizo, está o deputado Rosemberg Pinto. Perguntei, hoje, se ele já estaria fazendo o papel de líder. Resposta: "De jeito nenhum. O líder é Zé Neto e ele quem comandará".