Os debates em torno da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2012 começaram com críticas à atuação da Prefeitura. Não apenas por causa dos problemas com a mendicância, violência, falta de iluminação nas ruas e a prostituição no centro da cidade, mas também pela promoção de debates públicos paralelos aos da Comissão de Finanças da Câmara de Salvador. Para a vereadora Marta Rodrigues (PT) esta é uma estratégia para esvaziar a iniciativa do Legislativo, uma vez que a sessão contou com poucos participantes.
A audiência, realizada na noite da terça-feira, 13, no Centro de Cultura, discutiu os problemas dos bairros centrais. A conselheira do Núcleo Participativo, Rosalva Cardoso, por exemplo, pediu apoio dos vereadores para a construção de uma passarela ligando o Garcia ao Tororó. Segundo ela, o projeto original foi alterado sem consulta à população. "Se essa obra realmente for realizada, beneficiará muita gente pobre; conto com a ajuda de vereadores para isso", solicitou.
Marta Rodrigues disse estar indignada com "essa total falta de respeito com esta Casa Legislativa; o período do Executivo fazer seus debates é antes de enviar esta peça à Câmara, não é agora. Como os moradores terão tempo de comparecer aos debates organizados pelo Executivo e pela Câmara? Essa atitude da prefeitura é uma clara forma de boicotar o evento".
A LOA indica onde serão aplicados os recursos municipais, autorizando os gastos, de acordo com a previsão de arrecadação no próximo ano, e deve ser aprovada antes do final de cada ano, como determina a Constituição Federal. Na mensagem de orçamento 2012 enviada à CMS, o prefeito João Henrique prevê arrecadação de aproximadamente R$ 3,76 bilhões, com despesas em igual valor.
O presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização, Sandoval Guimarães (PMDB), e Marta, vice-presidente do colegiado, intermediaram os debates. A primeira reunião foi direcionada aos representantes do Sistema Integrado de Atendimento Regional (Siga) I. "Com mais participação popular poderemos construir um orçamento para 2012 de acordo com as demandas das comunidades", acredita Sandoval.