Política

AUDIÊNCIA PÚBLICA EM VALÉRIA MOSTRA DEIFICIÊNCIAS NESTE BAIRRO DE SSA

VIDE
| 12/10/2011 às 20:02
Vereadora Marta Rodrigues durante audiência pública em Valéria
Foto: DIV

Localizada à margem da BR 324, Valéria é, geograficamente, o primeiro bairro da capital baiana, para os que chegam aqui. "E o último em serviços públicos", queixou-se o morado João Monteiro, durante a audiência pública que reuniu representantes de órgão públicos e moradores da comunidade para debater as demandas do bairro na segunda-feira, 10 de outubro. Realizada pela vereadora Marta Rodrigues (PT) em parceria com o Conselho de Moradores Paulo Freire, a audiência ocorreu no Colégio Estadual Noêmia Rêgo, no próprio bairro.

Com o auditório do colégio lotado de moradores conscientes e preocupados em buscar soluções para as dificuldades enfrentadas no dia a dia da comunidade, a audiência pública contou também com representações da Transalvador, Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer e da Limpurb, que se disponibilizaram para ouvir as demandas e encaminhá-las, em busca de soluções para os problemas daquela população. Para a vereadora, as audiências são um poderoso instrumento para que a população seja ouvida. "Com essas audiências estabelecemos um canal de diálogo entre vocês, moradores, e os órgãos públicos. Estamos aqui para ouvir suas demandas", afirmou Marta. "É a população que deve pautar o pode público", concluiu a vereadora.


E, durante o encontro, não faltaram ‘pautas'. Trânsito, transporte, falta de creches, dificuldades com saúde e segurança foram alguns dos principais pontos abordados pelos moradores de Valéria. Para Sandra, residente da comunidade e integrante da Associação de Mães de Valéria, o tráfego é um ponto crucial.

"O trânsito aqui em Valéria é péssimo, os caminhões estacionam onde querem, tomam conta das ruas. Não temos ônibus suficientes e a estação Pirajá está insuportável", contou. Já para Lucileide, a falta de passeio para pedestres e os buracos nas vias causam o maior incômodo. "Valéria não tem calçadas e está tudo cheio de buracos. Já viram o que está aqui em frente à escola? Chega a ser arriscado alguém cair e se machucar" contou a moradora.

João Monteiro questionou a falta de escola para educação infantil e creche em Valéria. "Antes tínhamos uma creche que funcionava no Centro Social Urbano mas, desde que o Ministério Público proibiu que o ensino infantil funcionasse nos CSUs, as nossas crianças estão sem estudar", afirmou Monteiro.

"Temos mais de 150 crianças aguardam em casa a volta do funcionamento da creche, e as mães, que muitas vezes não têm outro lugar para deixar os filhos, tiveram até que deixar de trabalhar por conta disso", concluiu.

Quanto ao funcionamento do CEMEI - Centro Municipal de Educação Infantil, o Sr. Antônio Melo, representante da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer, informou que a Secretaria está ciente da necessidade de retomada, e busca no bairro um imóvel para que o Centro possa funcionar. "Já estamos buscando um imóvel que possa abrigar o CEMEI em Valéria, mas temos dificuldades pois é necessário que o imóvel tenha registro e esteja com os impostos em dia", afirmou Antônio.

Adelmo Santana, que também reside na comunidade, ressaltou que na entrada do Loteamento Fazenda Valéria foram abandonadas duas caretas cheias de material não identificado que produz mau cheiro e tem incomodado os moradores. 

 "Não conseguimos mais ficar no ponto de ônibus aguardando o transporte de tanto que fede", disse Adelmo. "Não sabemos o que é, mas o cheiro é tão ruim que pode inclusive ser algo que faça mal à nossa saúde", afirmou. A esta demanda, a gerente de operações da Limpurb, Sra. Ivelise Moreira, se colocou à disposição e se comprometeu a investigar o caso e buscar uma solução. O agente Cândido Santana, que esteve representando a Transalvador, também se disponibilizou para solucionar o problema.

Integraram ainda a mesa o representante do Conselho de Moradores Paulo Freire, Sr. Cosme Dionísio, o Sr. José Benedito, representando o deputado federal Nelson Pelegrino, o Sr. Jorge Bastos, gestor da SIGA e morador de Valéria, e o Sr. José Roberto, diretor do Colégio Estadual Noêmia Rêgo. A vereadora Marta Rodrigues se comprometeu em averiguar junto aos órgãos o andamento das demandas da comunidade, bem como agendar nova audiência para trazer os resultados desses encaminhamentos.