(Limiro Besnosik)
Mais duas vagas para vereadores na Câmara de Salvador nas próximas eleições. O projeto, modificando a Lei Orgânica do Município (LOM) e adequando a CMS à Emenda Constitucional 58, foi aprovado de forma tranquila nesta quinta-feira, 6, no Plenário Cosme de Farias.
Um aumento, porém, acompanhado por um desafio para a nova Mesa Diretora, pois a emenda estabelece também novos limites de gastos para as câmaras, em relação à arrecadação dos municípios (no caso da capital baiana, 4,5%), mesmo com o total de 43 edis.
O atual presidente, Pedro Godinho (PMDB), conhece bem as dificuldades de administrar com recursos limitados. Admitiu ter sido obrigado a fazer contingenciamento de despesas em 2011 por conta das expectativas frustradas de uma melhor receita obtida pela Sefaz.
Este ano a Câmara recebeu repasses de aproximadamente R$ 92 milhões, mas o peemedebista espera um incremento para 2012 com a melhoria das contas da Prefeitura, principalmente com o sucesso das medidas de incentivo ao pagamento dos débitos dos contribuintes.
Novo panorama político
Quanto à renovação política do plenário Godinho preferiu não correr o risco de desagradar seus colegas atuais: "É imprevisível; eu sempre acho que não vai ser tão grande, pois vejo os vereadores com uma atuação muito forte".
A troca de partidos, explicou, sempre acontece nos períodos próximos das eleições, mas continua acreditando na força do PMDB como segunda força em Salvador. Godinho tem consciência das baixas sofridas pela legenda, entretanto considera positivas as novas aquisições como o ex-deputado federal Luiz Bassuma e o radialista e ex-prefeito Mário Kértezs, cuja filiação é vista como promissora, tanto pela possibilidade da candidatura a prefeito, ainda viva, quanto pela capacidade de atrair votos para os vereadores.
Em seu sexto mandato consecutivo, Alfredo Mangueira (PMDB) crê na renovação de aproximadamente 40% da CMS, com a chegada de 15 novos integrantes (em 2008 foram 19). As vagas adicionais, opina, devem melhorar a situação de quem já tem mandato, especialmente para as grandes coligações. O peemedebista confirma suadisposição em lutar por mais quatro anos: "A saúde está boa". Avisa, porém, que a briga será cada vez mais dura para os atuais edis: "Quem tiver gordura para queimar ainda se dará bem".
Aladilce Souza (PCdoB) reafirmou a decisão da sigla em montar uma chapa ampla para concorrer às eleições, afastando-se do pragmatismo eleitoral adotado por vários partidos, até mesmo o PT. Para ela, a cidade precisa de debates sobre questões como saúde, educação, mobilidade urbana e essa é a função de partidos como o PCdoB, com histórica ligação com o socialismo.
A edil lembrou a segunda colocação obtida pela legenda no pleito de 2008 e voltou a defender o nome da deputada federal Alice Portugal na corrida pelo Palácio Thomé de Souza. Condenou a decisão da cúpula estadual petista em aceitar filiações como a de Alcindo Anunciação, pois, a seu ver, afasta o partido da população. Segundo ela, esse tipo de aliança provoca um atraso nas transformações sociais necessárias.