A Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Adolfo Viana (PSDB) discutiu na sessão realizada nesta quarta-feira (5) a silvicultura na Bahia. A convite da Comissão, a Associação Baiana de Base Florestal (ABAF) esclareceu sobre a
expansão do plantio do eucalipto no estado e destacou o motivo do interesse de
diversas empresas do segmento em explorar o solo baiano que oferece melhores
condições de cultivo.
No encontro, proposto pelo deputado Joseildo Ramos (PT), também integrante da Comissão, ficou firmado entre o diretor da ABAF Leonardo Genofre, o secretário do Meio Ambiente Eugênio Spengler e o
parlamentar, o compromisso de uma nova reunião preliminar para ampliar ações que
beneficiem o território do Litoral Norte/Agreste Baiano. Na opinião do deputado
Adolfo Viana houve avanço na discussão, pois os órgãos interessados devem se
reunir no próximo mês em Alagoinhas, para discutirem ações que ordenem o cultivo
na região.
A discussão foi suscitada por conta das inúmeras reclamações de produtores rurais da região que sentem falta de uma relação de transparência com os municípios e a sociedade. Problema promovido pela ausência de um marco regulatório, fato que possibilita a ocupação desordenada dos
monocultivos ignorando a vocação do solo.
A Bahia é o 4º estado em termos maciços florestais, com 658 mil hectares plantados. 10% de toda a área plantada no Brasil. Os dados fornecidos pela ABAF atestam ainda que o eucalipto representa 96% dos plantios em todo o território baiano, com 17% da produção de celulose no País (total de
2,3 milhões de toneladas) e o 2º no ranking dos maiores produtores brasileiros,
atrás apenas de São Paulo. Conforme Spengler, a atividade é necessária, "mas
como qualquer outra atividade econômica precisa de regras para desenvolver",
completou.
Na Bahia, a produtividade do eucalipto chega a 63m³ número acima dos 43m³ atingidos em outras regiões. A ABAF ressaltou ainda que o papel produzido é proveniente de matrizes renováveis e não nativas, justificando que não há degradação ambiental. As condições climáticas, ciclo de crescimento
também foram apresentados como justificativa do solo baiano ser o principal alvo
de empresários do setor. Enquanto no resto do mundo é necessário esperar entre
20, 30 anos para ficar maduro, na Bahia em apenas 7 anos o eucalipto atinge a
condição de corte.