O secretário estadual da Fazenda, Carlos Martins, confirmou hoje (4), entre uma brincadeira e outra, que é mesmo candidato a prefeito de Candeias em 2012. A compatibilidade da candidatura com a função de cuidar das finanças do estado foi questionada pelo deputado Bruno Reis (PRP). "Nesse governo que é aprovado em política mas reprovado em administração, até o secretário da Fazenda quer disputar cargo eletivo. Isso não é incompatível?", indagou Reis.
Martins afirmou que a sua candidatura se fortalecia na medida em que era mencionada pela oposição. Ele disse ainda, quando provocado sobre o cumprimento entusiasmado, quando a audiência já havia começado, ao deputado Sargento Isidório (PSC), cujo reduto eleitoral é em Candeias, o secretário chegou a dizer que tem dialogado com o parlamentar sobre a sucessão no município. Isidório já lançou candidatura a prefeito do município. "Nós temos história juntos. Eu quando participava das manifestações de grevistas no Pólo e ele como sargento da PM".
"Claro que todo mundo tem direito a ser candidato a qualquer coisa. Mas acho que, ocupando uma função tão importante, que é a de cuidar das finanças do estado, o secretário Carlos Martins deveria se dedicar integralmente a isso. Fazer política eleitoral ocupa tempo e exige dedicação, não vejo como ele pode conciliar as duas coisas, pois trata-se de uma secretaria totalmente técnica e estratégica", disse Bruno Reis.
Empréstimos e educação
Bruno Reis também questionou o secretário da Fazenda sobre a redução das verbas de custeio e investimentos para as universidades estaduais, prevista no orçamento de 2012. Ele entregou ao secretário uma nota publica assinada pela reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) afirmando que o orçamento prevê uma redução de R$6,6 milhões para a cota de custeio e manutenção de atividades finalísticas, projetos e obras. Carlos Martins não comentou a nota.
O deputado também questionou o secretário sobre as obras paradas na Bahia por atraso no pagamento de fornecedores. Martins confirmou a existência do problema e garantiu que o governo não vai aplicar o calote em ninguém. Bruno Reis perguntou ainda sobre os empréstimos de R$1 bilhão aprovados na semana passada pela Assembleia sem que houvesse detalhamento de como esse dinheiro será aplicado. O secretário fez um breve relato de como o governo pretende usar o empréstimo, que será tomado junto ao BID, destacando obras de mobilidade no entorno da Fonte Nova.