O próximo pleito municipal é o momento propício para o PT flexibilizar sua postura em relação ao apoio de candidaturas a cargos majoritários. A opinião, que revela o descontentamento das legendas aliadas, já expresso pela senadora Lídice da Mata (PSB) e pelo deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB), é da vereadora Aladilce Souza, uma das representantes comunistas na Câmara de Salvador.
Para ela, esse tipo comportamento não cabe mais por parte de partido algum. Apesar de reconhecer a parceria existente entre as duas siglas, a vereadora espera outra atitude dos petistas, pois o PCdoB já colocou o nome da deputada Alice Portugal para concorrer ao Palácio Thomé de Souza e acredita que a cidade necessita desse debate de ideias.
Aladilce não concorda com a tese do enfraquecimento da força do bloco político a partir do lançamento de vários concorrentes da mesma base aliada, pois existe o segundo turno: "Salvador tem demonstrado uma tradição oposicionista; candidaturas ligadas às gestões passadas não têm chance de vitória".
Vânia Galvão (PT), por sua vez, minimizou as divergências, classificando como natural e legítimo o direito de cada partido apresentar suas ideias e postulantes aos cargos eletivos.
Elogiou a parceria histórica com o PCdoB e negou qualquer inflexibilidade, considerando as posturas petistas como de um grande partido que, ao ganhar a eleição, convoca todos os aliados para governar junto, sem excluir ninguém.
Se a legenda assume a ponta do processo sucessório municipal, afirma, é baseada nas pesquisas de opinião, que colocam os representantes da sigla na preferência dos eleitores. (Limiro Besnosik)