Em pronunciamento na tarde desta terça-feira (20) na Assembleia Legislativa, o deputado Bruno Reis (PRP) criticou o governador Jaques Wagner pelo fechamento de sete unidades escolares nos últimos meses, sendo três delas no Subúrbio Ferroviário de Salvador, a área mais pobre da cidade. Estudantes e lideranças comunitárias do SF foram às ruas em protesto e até queimaram um "Judas" caracterizado como secretário Osvaldo Barreto.
"Ao invés de inaugurar escolas, o governador autoriza o fechamento de unidades, cometendo um verdadeiro crime contra a já precária infraestrutura educacional do nosso Estado", disse o parlamentar, que é líder do bloco parlamentar PRP/DEM.
Para o deputado Joseildo Ramos (PT) os protestos que aconteceram no Subúrbio Ferroviária não têm cabimento pois foi assinado um Termo de Acordo e Compromisso (TAC), entre as lideranças locais e a Secretaria de Segurança no último dia 26 de janeiro, quando a SEC se comprometeu a desativar a UEE Cleto Araponga, de Praia Grande, e a ACM, devido as situações precárias em que se encontram, mas, garantindo vagas nos colégios Praia Grande e Castelo Branco.
"Trata-se de um movimento organizado por duas lideranças que não assinaram o TAC mas o governo tem a garantia de manter todos os alunos nas escolas", sustentou Joseildo arguindo que o deputado Bruno Reis não falava com pleno conhecimento de causa do problema.
Para o deputado Bruno Reis, em tréplica, a Secretaria de Educação não analisou a necessidade de deslocamento desses alunos de um local para outro, o que demanda transporte, e que as familias não pode arcar com esse ônus "até porque não têm dinheiro para isso".
Ainda em seu discurso, Bruno Reis lembrou que os reflexos da falta de prioridade que o estado dá à educação podem ser sentidos no desempenho das unidades no Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio.
"Nenhuma escola administrada pelo estado está entre as mil mais bem avaliadas pelo Enem. Eu disse mil, e não dez ou cem", acrescentou Bruno Reis. "A situação é tão triste que há psicólogo ensinando matemática, professor de português lecionando química, e por aí vai. E quem fez a denúncia foi o Tribunal de Contas do Estado", disse Bruno Reis.