Surpreendentemente, um dos poucos posicionamentos favoráveis veio de um oposicionista, Jorge Jambeiro (PSDB), presidente da Comissão Permanente de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais da CMS, com a ressalva de que o Município não pode perder o controle do serviço nem do direito de determinar a tarifa.
O tucano criticou a postura principalmente do PT, em sua campanha, quando na oposição, contra as privatizações, demonizando-as como prejudicial à sociedade; agora, no poder, tornou-se seu defensor e praticante.
Segundo ele, os serviços públicos gerenciados por empresas privadas funcionam melhor, como é possível observar em hospitais como o Ana Nery e do Subúrbio. "Esse discurso de ser contra a privatização é conversa fiada; o que é melhor: ter as coisas funcionando ou paradas, trazendo prejuízos à população, ao turismo e à economia da cidade?", provocou.
Já o vice-líder do governo, Geraldo Jr. (PTN), apressou-se em explicar que o projeto municipal não é de privatização, mas de terceirização. Mesmo assim, tudo será discutido pelo Poder Público com os
usuários e a Câmara, para se chegar ao modelo a ser adotado, adiantou.
Entre os edis contrários ao projeto da Prefeitura está Odiosvaldo Vigas (PDT), alertando para o risco de aumento da tarifa, talvez em três ou quatro vezes mais em relação à atual: "Veja o que aconteceu com o Ferry Boat, cujas passagens foram lá para cima".
Eronildes Vasconcelos (Tia Eron - sem partido) disse até entender a necessidade de um serviço capaz de dinamizar o turismo, atraindo visitantes e gerando renda para a cidade, mas colocou-se contra sua entrega à exploração particular. Ela considera o elevador um meio de transporte, importante para os cidadãos e para a economia da região central da cidade.
Igual postura assumiram Pedrinho Pepe (PMDB) e Paulo Câmara (PSDB), considerando o Lacerda como patrimônio da humanidade e, por isso, deve ficar sob a responsabilidade do Município. Câmara lembrou que o prefeito Antônio Imbassahy (hoje deputado federal tucano) deixou o ascensor em ótimas
condições de funcionamento. Anunciou que verificará a legalidade da concessão diante da situação de tombamento histórico do equipamento: "Precisamos ver se não há impedimento para atos dessa natureza"