Política

PESCADORES NÃO PAGAM FINANCIAMENTOS DO BNB E QUEREM NEGOCIAR DÍVIDAS

VIDE
| 23/08/2011 às 09:04

A dívida dos pescadores que realizaram financiamento para a aquisição e reforma de embarcações foi a pauta da reunião na tarde desta segunda-feira (22) na Superintendência Estadual do Banco do Nordeste (BNB), no bairro da Pituba, em Salvador. O deputado baiano Marcelino Galo (PT), que solicitou a audiência, acompanhou os representantes de Colônias e Associações de pescadores da Bahia que explicaram ao superintendente Nilo Meira e aos técnicos do BNB a situação dos pescadores no estado. A solução encontrada pelo banco foi listar os inadimplentes e estudar os processos para renegociar a dívida.


"Tem pescador que já recebeu a execução da dívida pela justiça e os valores são absurdos. Não há condições de um pescador assumir uma dívida de R$ 70 mil, tem que ter um jeito de resolver essa situação. Outros pescadores nem possuem mais o barco, ou já está deteriorado sem utilidade ou nem chegou a receber a embarcação, por outros problemas", afirma a presidente da Associação dos Pescadores de Itapuã, Iara Lúcia Almeida Soares.


O parlamentar Marcelino Galo salienta que são centenas de pescadores que estão inadimplentes e aponta para a importância da renegociação da dívida com a aplicação dos descontos permitidos por lei. "O financiamento é uma política pública que beneficia o profissional da pesca e é preciso observar individualmente os casos para que esse pescador reconheça a dívida, passe a pagar em parcelas baixas, com isenção de taxas e que fique adimplente para novos financiamentos. Isso é que ajudará a crescer o setor e a fomentar o desenvolvimento técnico e profissional do pescador", assegura.


Ainda participaram da reunião a representante do Ministério da Pesca (MPA), Tais Nunes de Almeida, o coordenador da União das Cooperativas de Pesca e Aquicultura da Bahia (Unicoopa), José Eduardo Lavigne, que ressaltou que somente em Itapuã "são 23 pescadores que estão inadimplentes por causa do financiamento no BNB". O superintendente do banco na Bahia, Nilo Meira, informou que "a execução das dívidas foi uma determinação da justiça" e solicitou uma lista com nomes de dados para consultar a situação de cada pescador. "Vamos estudar caso a caso para auxiliar os inadimplentes a renegociarem a dívida e resolverem parte desse problema", completa.