Política

SESSÃO ESPECIAL DEBATE SAÚDE MUNICIPAL COM BASTANTE POLÊMICA NA CÂMARA

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| 16/08/2011 às 23:59

De um lado os secretários de saúde do Estado (Jorge Solla) e do Município (Gilberto José), no afã de mostrar serviço e demonstrar sintonia de ações, através de um acordo firmado entre os dois. Do outro, vereadores cobrando maior participação do legislativo no assunto e reclamando do atual estado da saúde em Salvador. Assim foi a sessão especial realizada na tarde desta segunda-feira pela Câmara Municipal para discutir o tema.


O vereador Jorge Jambeiro (PSDB) foi o primeiro a subir na tribuna, após as exposições feitas pelos dois secretários para contestar o cenário favorável apresentado por ambos. "O SUS na Bahia está um verdadeiro espetáculo, ironizou, ninguém mais precisa gastar dinheiro com plano de saúde". De acordo com o oposicionista todos os avanços mostrados pelo executivo estadual são muito bons, mas não representam favor algum, mas uma obrigação do Estado, pela qual a população já paga antecipadamente através dos impostos.


Rebateu as queixas de Gilberto José, em suas alegações de ter recebido sua pasta sem planos de trabalhos de trabalho e com dívidas. "O que existe é déficit e é por isso que a CEI (Comissão Especial de Inquérito) do vereador Alcindo Anunciação (PSL) é importante para esclarecer o que tem sido feito com o dinheiro da saúde em Salvador", cobrou.


Medo da CEI


Alcindo, logo em seguida, questionou as razões de tanto medo para se instalar a CEI destinada a investigar as supostas irregularidades na Secretaria da Saúde Municipal: "Estamos assistindo de braços cruzados o descalabro da saúde em Salvador, que é de péssima qualidade, assim como na Bahia".


Em conversa com a imprensa, o edil informou que a reunião sobre a instalação da CEI, prevista para esta segunda-feira foi cancelada, em função da sessão especial da CMS, mas ele espera a sua realização na quarta-feira, 17. Segundo ele, continua de pé sua disposição de usar um mandado de segurança para fazer valer a Lei Orgânica do Município determinando o início dos trabalhos de apuração das irregularidades na área da saúde.

O acordo detalhado pelo secretário Jorge Solla prevê, entre outros itens, o remanejamento de R$ 21 milhões de recursos federais do Teto da Bahia para o Município e a utilização do saldo financeiro de mais de R$38 milhões do fundo para a compra de medicamentos para cobrir dívidas com hospitais filantrópicos. Tudo isso já foi negociado e aprovado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha e pelo fórum nacional de secretários da área, faltando apenas a edição final da portaria ministerial.


Hoje, revelou Gilberto José, o débito da SMS com as instituições filantrópicas é de aproximadamente R$ 30 milhões, sendo o maior credor as Obras Sociais Irmã Dulce, com cerca de R$ 10 milhões. Em seguida veem o Hospital Aristides Maltez (R$ 7 milhões), Monte Tabor (R$ 3 milhões), Hospital Martagão Gesteira e Santa Casa de Misericórdia (cada um com R$ 1 milhão) e vários outros. (Limiro Besnosik)