Estão nesse último grupo o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, e o ex-presidente da Embratur Mário Moyses. Segundo a PF, Colbert é o único ex-parlamentar entre os que foram presos.
Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Em um deles, foram encontrados R$ 610 mil em espécie na casa do diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). A instituição estaria envolvida no esquema de desvio de recursos em programas de capacitação profissional.
Cerca de R$ 3 milhões - de um convênio de R$ 4,4 milhões entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi - teriam sido desviados, segundo estimativa da PF. As investigações tiveram início em abril deste ano, a partir de levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União apontando possível irregularidade no convênio. A proposta era capacitar 1,9 mil pessoas no Estado do Amapá. Os recursos teriam sido repassados por meio de emenda ao Orçamento da União. Segundo a PF, não há indícios de envolvimentos de parlamentares que liberaram as emendas.
A PF afirma que o esquema envolvia empresários e servidores públicos. O dinheiro era repassado pelo Ministério do Turismo ao Ibrasi, que fraudaria a licitação, apresentando várias empresas que aparentemente estariam na concorrência, mas que, na verdade, eram de fachada e integravam o grupo criminoso. "A partir desse repasse, os treinamentos sequer eram executados", disse o diretor-executivo da PF.
Questionado sobre como o dinheiro chegava às mãos dos principais envolvidos, Teixeira respondeu: "Essa situação, com as buscas, com as oitivas, a gente vai delinear. O que a gente sabe é que o dinheiro chegou às mãos deles através desse esquema."
Teixeira disse que as investigações devem ser concluídas, no máximo, em 30 dias. Nesse período, o delegado responsável poderá ouvir quem achar necessário em busca de informações.