Política

BISPO DE IRECÊ CONTESTA DECLARAÇÕES DO PREFEITO SOBRE LIBERAÇÃO SEXUAL

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| 14/07/2011 às 19:44
Dom Tomaso Cassianelli condenou atitude do prefeito Zé das Virgens, PT
Foto: FB

"Na última edição do jornal "Folha da Bahia" dos meses junho-julho p.p a página três veiculou a matéria tendo como cabeçalho o título" Zé das Virgens declara que a Igreja é a favor da liberdade sexual."


A declaração do prefeito de Irecê refere-se à igreja Católica porque é assim que está na pergunta direcionada a ele por parte do radialista Vitor Souza.

Solicitei a gravação da reportagem ao mesmo jornal, apenas para confirmar a fidelidade da matéria escrita, ouvindo a mesma varias vezes.


Na condição de Bispo da Igreja Católica e ciente de que outras igrejas Cristãs irão ter o mesmo pensamento, condeno plenamente a atitude do prefeito de Irecê, pois, a liberdade sexual contraria a moral da igreja Católica e desvirtua a finalidade pela qual o sexo foi criado por Deus, destruindo assim, a família na sua origem.

Apresento na integra a nota da CNBB divulgada na última assembléia geral:


"Nós Bispos do Brasil em assembléia geral, nos dias 4 a 13 de maio, reunidos na casa da nossa Mãe, Nossa Senhora Aparecida, dirigimo-nos a todos os fiéis e pessoas de boa vontade para reafirmar o principio da instituição familiar e esclarecer a respeito da união estável entre pessoas do mesmo sexo.

Saudamos todas as Famílias do nosso país e as encorajamos a viver fiel e alegremente a sua missão. Tão grande é a importância da família, que toda a sociedade tem nela sua base


 Por isso é possível fazer do mundo uma grande família.

A diferença sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural. O matrimônio natural entre o homem e a mulher bem como a família monogâmica constituem um princípio fundamental do direito natural.


As sagradas escrituras, por sua vez, revelam que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e os destinou a ser uma só carne (cf. Gn 1,27; 2,24). Assim, a família é o âmbito adequado para a plena realização humana, o desenvolvimento das diversas gerações e constitui o maior bem das pessoas.


As pessoas que sentem atração exclusiva ou predominante pelo mesmo sexo são merecedoras de respeito e consideração. Repudiamos todo tipo de descriminação e violência que fere sua dignidade de pessoa humana (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn. 2357-2358).


As uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo recebem agora no nosso país reconhecimento do Estado. Tais uniões não podem ser equiparadas à família, que se fundamenta no consentimento matrimonial, na complementaridade e na reciprocidade entre homem e uma mulher, abertos à procriação e educação dos filhos.


Equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma. É um fato que a família é um recurso humano e social incomparável, além de ser também uma grande bem feitora da humanidade. Ela favorece a integração de todas as gerações, dá amparo aos doentes e idosos, socorre os desempregados e pessoas portadoras de deficiências. Por tanto têm o direito de ser valorizada e protegida pelo estado.


É atribuição do Congresso Nacional propor e votar leis, cabendo ao governo garanti-las. Preocupa-nos ver os poderes constituídos ultrapassarem os limites de sua competência, como aconteceu com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal. Não é a primeira vez que no Brasil acontecem conflitos dessa natureza que comprometem a ética na política.


A instituição familiar corresponde ao desígnio de Deus e é tão fundamental para a pessoa que o Senhor elevou o Matrimônio à dignidade de sacramento. Assim, motivados pelo Documento de Aparecida, propomo-nos a renovar o nosso emprenho por uma Pastoral Familiar intensa e vigorosa.

Jesus Cristo Ressuscitado, fonte de vida e Senhor da história, que nasceu, cresceu e viveu na Sagrada Família de Nazaré, pela intercessão da Virgem Maria e de São José, seu esposo, ilumine o povo brasileiro e seus governantes na compromisso pela promoção e defesa da família".


Quero assim, alertar os Católicos e demais cristãos que a afirmação do prefeito de Irecê , não é verdadeira , inclusive não é de competência do Prefeito pronunciar-se a respeito de assuntos inerentes à igreja Católica. A entrevista do prefeito ocorreu por ocasião da fundação da " Associação Lésbica, gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais da região" em sigla (LGBT) que para a Igreja Católica é mais um atentado contra a família.


Dom Tommaso Cascianelli, C.P

Bispo de Irecê


Irecê, 10 de Junho de 2011