Ainda em relação às notas publicadas na mídia eletrônica sobre o suposto rompimento entre o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, e o ex-diretor geral da Sesab e hoje deputado federal Amauri Teixeira (PT), quem teve acesso aos e-mails que circularam num grupo de discussão na internet antecipa que o conteúdo é nitroglicerina pura.
Um dos trechos traz uma afirmação contundente da mulher do secretário Solla, Marília Fontoura, que joga por água abaixo o desmentido encaminhado pela Assessoria de Imprensa da Sesab. Ela diz que a eleição para a presidência da Comissão Estadual dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems) envolveu o "uso da máquina pública por pessoas inescrupulosas, sem habilidade e o pior sem a necessária postura ética que um cargo publico requer." Entenda-se por máquina pública, a secretaria de governo chefiada pelo seu marido Jorge Solla.
Vale registrar que essa eleição foi disputada em fevereiro último pela secretária Municipal de Saúde de Amargosa, a enfermeira Joseane Bonfim, apoiada pela mulher de Solla e por um grupo liderado pela ex-secretária de Saúde de Vitória da Conquista, Suzana Ribeiro, versus Raul Molina, apoiado pelo deputado Amauri Teixeira.
O mais importante, porém, agora não é confirmar se houve ou não rompimento entre Solla e seu ex-subalterno e sim atentar para os próximos passos dessa "guerra-fria". Até mesmo porque já há quem diga que o troco na verdade ainda está por vir nos próximos dias com o preenchimento de cargos do primeiro escalão da Sesab. Já tem gente antecipando que Suzana Ribeiro ocupará na Secretaria da Saúde do Estado a cadeira que até bem pouco tempo era de Amauri Teixeira.
A disputa maior, segundo comentários na Assembleia, dá conta de que o secretário Jorge Solla, profissional bastante trabalhador e voltado à saúde pública, estaria disposto a dar um tom mais técnico a SESAB e encontra resistência. Nesse contexto, o Cosems é importantíssimo porque uma comissão formada pelos secretários municipais de saúde do estado e que analisa os recursos federais repassados via SUS.
Normalmente, o (a) presidente do Cosems deve estar alinhado com o secretário estadual de saúde, ou pelo menos comungando com objetivos comuns, e, agora, com Molina, isso pode dificultar o desempenho de Solla.