Política

REDE GLOBO MOSTRA SALVADOR COM 314 MORTOS EM MENOS DE 2 MESES

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| 21/02/2011 às 17:24
Matéria de hoje foi do repórter José Raimundo em imagem negativa próximo do Carnaval
Foto: ARQUIVO

O deputado federal e vice-líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, demonstrou preocupação com a forte repercussão negativa, em Brasília, de matéria veiculada na edição desta segunda-feira, 21, no telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, sobre o avanço da criminalidade em Salvador.

Conforme os números apresentados, a cada quatro horas uma pessoa é assassinada na capital e Região Metropolitana. Em menos de dois meses já são 314 mortes.

A notícia criticou ainda a desativação dos módulos policiais e o destino inadequado dado a alguns desses espaços. Para Imbassahy, o fato de o governador Jaques Wagner ter mudado duas vezes o titular da Secretaria de Segurança Pública, a última mudança ocorrida no mês passado, evidencia que algo está errado na área da segurança, no Estado, reforçando as estatísticas.


"Uma matéria de destaque como a que foi veiculada hoje pela Globo, em rede nacional, em pleno verão, num período pré-carnavalesco, é algo muito sério e prejudicial ao turismo. É necessária a adoção de medidas urgentes para a reversão desse quadro crítico, cuja tendência, nos parece, é piorar", disse. O deputado considera lamentável o registro de um homicídio a cada quatro horas para uma cidade que tem a alegria como marca. "Cuidar da segurança das pessoas é fundamental", frisou Imbassahy.   

A MATÉRIA


Salvador teve mais um fim de semana violento. Doze pessoas foram assassinadas, mas o acumulado do ano até o último domingo (20) é assustador. Ao todo, foram 314 mortes, uma média de seis mortes por dia. A cada quatro horas, uma pessoa é assassinada em Salvador e na Região Metropolitana.


De acordo com moradores e representantes de associação de moradores, os módulos policiais que funcionavam como espécie de posto de socorro de segurança pública estão fazendo falta.


Esses módulos foram desativados e apenas os que estão em locais mais movimentados, como terminais de ônibus, centro da cidade e orla marítima, por onde circulam muitas pessoas, continuam funcionando.


São 80 módulos fechados. Um deles já virou uma barraca de lanches, mas há módulos que viraram depósito de lixo e viraram pontos de consumo de drogas. A polícia diz que a substituição desses módulos por viaturas que fazem as rondas nas ruas tem o objetivo de dar mobilidade ao policiamento. Os moradores já não acham isso: eles dizem que, quando conseguem encontrar uma viatura, infelizmente o crime já aconteceu.


A polícia diz que há mais mobilidade, mas há uma polêmica sobre os números da segurança pública. A Secretaria da Segurança diz que há um policial para 300 pessoas, mas eles levam em conta todo o efetivo da Polícia Militar, todo o efetivo da Polícia Civil e até todo o departamento de polícia técnica. São 9,8 mil homens ao todo.


O observatório de Segurança Pública, instituto que faz pesquisa de violência, encontrou outros números: há um policial para cada 700 moradores. Se forem levados em conta que 30% do efetivo fica nos quartéis, esse número corresponde a um policial para cada grupo de 1,5 mil habitantes.