Política

O VOO DO PÁSSARO DE WAGNER E O CORTE DE R$1 BI, p. TASSO FRANCO

vide
| 15/02/2011 às 12:15
Sem tocar bumbo, Wagner é realista com quadro de aperto, em 2011
Foto: Manu Dias
Ao ler e improvisar sua mensagem à Assembleia Legislativa nesta manhã de terça-feira, 15, 1ª sessão legislativa da 17ª Legislatura, o governador Wagner fez um discurso politicamente correto, com pés no chão, e anunciou um corte de R$1.1 bilhão no orçamento do Estado para 2011 avisando que será um ano de aperto, e que precisa de compreensão de todos, especialmente dos deputados, em pré-ano eleitoral 2012.

  Ainda assim, segundo Wagner, nada assustador ou fora dos parâmetros como aconteceu com a crise internacional de 2009. Agora, embora não tenha feito referência a gastança desenfreada do governo Lula, especialmente no ano eleitoral de 2010, Wagner pontuou que o contingenciamento de R$50 bilhões do governo federal requer medidas no Estado, para que não haja desequilíbrio nas finanças. Por posto, antevê um ano duro, que precisa de superação e entendimento, e um esforço adicional de sua equipe.

  Para atingir o que chama de "voo do pássaro" pleno, sem cair ou quebrar a asa, disse que tomará decisões para manter o "estado necessário", sem abrir mão dos projetos prioritários.

  No mais, o governador não avançou além do que já se sabia, do Pacto pela Vida e reedição da Agenda Bahia, na área da Segurança Pública; do PAC da Educação com apoio e interrelacionamento com os municípios; e os projetos da linha Oeste, ponte Salvador-Itaparica, e o vetor de desenvolvimento da FIOL - Ferrovia Oeste Leste, Porto Sul em Ilhéus e ampliação do seu aeroporto.

  Para Salvador, em particular, enumerou os projetos para a Copa do Mundo 2014 e requalificação da cidade embalando o Metrô até Pirajá e os novos vetores de transportes. Mas, não foi claro se o Estado adotará um VLT até o aeroporto com extensão a Lauro de Freitas e Camaçari.

  O governador também ressaltou o eixo básico de sua gestão no plano político, a democracia e o diálogo permanente com a sociedade, com situação e oposição de igual maneira, e voltou a lembrar da queda do Muro de Berlim, em 1989, e de alguns dogmas que se criaram nas gestões públicas e na sociedade. Daí que, tudo será aberto, claro, transparente, com o povo tendo a compreensão do que está sendo feito pelo governante, com responsabilidade.

   Wagner, no seu tradicional estilo averso ao toque do bumbo antes da hora, está confiante no governo Dilma e no projeto que está sendo tocado no Brasil e na Bahia, desde a época de Lula/Wagner, a partir de 2007. Entende que a Bahia avançou bastante, mesmo em áreas criticadas pela oposição, em investimentos produtivos na indústria.

  O deputado Sandro Régis, PR, considerou o pronunciamento do governador "fraquíssimo, sem conteúdo, sem uma linha de conduta, uma hora falando em desenvolvimento, e outro momento em corte e recessão".

  Já o deputado Paulo Azi, DEM, diz que a fala de Wagner só se salvou quando "reconheceu a existência da Ford que o PT votou contra sua instalação na Bahia, e, hoje, até o governador diz que é um modelo exemplar". No mais, Azi, situa que a fala de Wagner ficou a desejar porque repete projetos do passado e que, até agora, "nunca sairam do papel".

  O certo é que, o governador sinalizou para 2011 um ano de aperto programado. E, como pretende voar com tranquilidade e segurança, vai manter o pássaro sob controle.