Política

QUE BONITINHO! ÁVARO DIZ QUE DARIA APOSENTADORIA INSTITUIÇÃO CARIDADE

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| 21/01/2011 às 17:28
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que, ao solicitar R$ 1,6 milhão em aposentadoria retroativa para ex-governadores, tinha planos de direcionar o dinheiro a instituições de caridade.


Veio à tona ontem o pedido de Dias, que governou o Paraná entre 1986 e 1991, para receber cinco anos da pensão vitalícia. São 65 pagamentos de R$ 24,8 mil (13º salário incluso), cuja aprovação ainda depende da Procuradoria do Estado.

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Marcelo Camargo/Folhapress

A ideia de destinar a quantia à filantropia, segundo Dias, vem sido amadurecida desde 2007 e só não vingou antes porque ele preferiu esperar a maré eleitoral sossegar antes de recorrer ao Estado.

Enquanto isso, afirmou, preferiu não "alardear" sobre o projeto, pois "não pretendia fazer propaganda".

Em junho de 2010, José Serra escolheu o tucano para ocupar a vaga de vice-presidente em sua chapa. No mesmo mês, a decisão caiu, e o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) ficou com a vaga.

Caridade também foi o destino declarado dos R$ 24,8 mil que recebe desde novembro, quando finalmente solicitou o benefício --quase duas décadas após deixar o governo.

De acordo com Dias, a primeira doação ocorreu em 30 de novembro, para uma entidade que mantém creche em uma área pobre de Curitiba.

Disse ter documentos para comprovar os depósitos e foi específico: "Com imposto de renda, deu R$ 18.673,21. Repasso até os centavos!".

O senador afirmou que, ao chegar ao governo paranaense, tentou eliminar o benefício. Em vão. "Encaminhei à Assembleia, mas o projeto sequer foi votado. Na época não houve nem repercussão, nem apoio."

Senador desde 1999, com vencimento de R$ 26,7 mil após reajuste aprovado em dezembro, ele exaltou o fato de nunca ter requerido a aposentadoria vitalícia. Calcula perda de R$ 6,4 milhões.

Também afirmou que era o único ex-governador do Paraná a abrir mão do benefício. Mudou de ideia nos últimos anos, quando decidiu atender às demandas de entidades filantrópicas.

Lembrou, ainda, que cumpriu seu mandato "até o último minuto" e, sem disputar eleição, ficou sem mandato por oito anos.

Questionado sobre uma possível revisão da lei que concede o benefício, defendeu regulamentação. "Acho incrível alguém que tenha 10 dias [como ex-governador] e receba dinheiro."