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Almoço de Marcelo com jornalistas, final de 2010, e as "condições" exigidas por Wagner
Foto: BJÁ
Durante almoço com os jornalistas que cobrem o dia-a-dia da Assembleia Legislativa, final do ano passado e época das comemorações natalinas, o deputado Marcelo Nilo (PDT), presidente da Casa, confidenciou aos repórteres quando perguntado se teria o apoio do governador Jaques Wagner (PT) para um terceiro mandato na Casa, que havia conversado com o chefe do Executivo e este lhe disse o seguinte: - Crie as condições que lhe apoio.
Naquele momento, protegido pela estátua de Ruy Barbosa, adiantou que estava criando as condições e, na sua contabilidade, tinha o apoio de 40 deputados. Como a ALBA só tem 63 deputados, 23 ainda estariam sem os acertos finais, dos quais, não se sabe se os 10 do PT, e/ou 16 da oposição e 7 do PT.
O certo é que passados 30 dias do almoço ainda pairam dúvidas se a bancada do PT vai apoiar à reeleição tripla de Marcelo Nilo ou se vai lançar um candidato à presidência da Casa, o já anunciado Paulo Rangel, líder do PT. Esta semana o PT fez uma reunião sobre o tema e vai fazer uma outra na próxima semana, quando o momento da disputa vai se afunilando.
Ontem, Jonas Paulo, presidente do PT na Bahia emitiu uma nota dando conta do encontro da bancada do seu partido, na qual fala em conseguir unidade, consenso, permitir a governabilidade do projeto Wagner/Dilma, mas, não cita nem Marcelo; nem nenhum outro nome. Estaria, pois, a buscar esse nome nos próximos encontros!
Até onde se sabe e esse é o comentário circulante nos corredores da ALBA, Marcelo já consolidou às condições exigidas pelo governador, mas, ao contrário de 2008/9, quando enfrentou o deputado Elmar Nascimento (PR) na disputa pela presidência, ainda não aconteceu o apoio do PT, como partido, nem um provável almoço no Barbacoa, como ocorreu em 2008.
Há, portanto, sinais de fumaça. E, claro, onde tem fumaça; tem "fuego".
Uma das questões recentemente levandatas dá conta de que, uma reeleição tripla de Marcelo Nilo na presidência da ALBA, contabilizaria uma cota parte do PDT na equipe Wagner. O que, convenhamos, representa um absurdo, visto que a Presidência da Assembleia é a chefia do Poder Legislativo.
Em tese, tão importante quanto a função do governador; e o cargo da desembargadora Telma Britto, presidente do TJ.
Mas, o que está se falando no mercado das alianças políticas é da fatia de poder que caberia a cada partido no atual governo. E, nessa fatia, inclui-se a presidência da Assembleia, no caso com Nilo, da cota PDT. Há muxoxos partidários. Nada irreconciliáveis. O PDT esatraia bravo.
Ainda assim, até a eleição propriamente dita, voto secreto, no início de fevereiro, Marcelo continua criando as tais condições exigidas por Wagner e o PT promovendo reuniões. Estabeleceu-se uma guerra fria como nos anos 1960, entre a Rússia e os Estados Unidos.
Momento, portanto, de muita paciência, mais conversas políticas, mais ajustes, até que a fumaça brança da chaminé de Ondina seja lançada ao ar. Haberemus, entonces, el papa.