A escolha de Maia aconteceu após recuo de dois representantes do PT paulista, Arlindo Chinaglia e Cândido Vaccarezza --esse, o preferido da presidente eleita, Dilma Rousseff.
Alan Marques/Folhapress |
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Marco Maia (RS) foi aclamado na noite como o nome que o PT indicará para presidir a Câmara dos Deputados |
Dono da maior bancada, o PT tem direito de indicar o presidente da Câmara. Nada, contudo, garante que a escolha será aclamada pelo plenário.
Em 2005, a legenda lançou dois candidatos ao cargo, Luiz Eduardo Greenhalgh e Virgilio Guimarães. A disputa rachou o partido, e a presidência da Casa acabou nas mãos do pernambucano Severino Cavalcanti (PP).
Ao chegar no encontro que definiu Maia como candidato único do PT, o ex-oponente Vaccarezza disse que vai ajudar a construir consenso. A ideia, segundo ele, é evitar que a história de 2005 se repita.
Atual vice-presidente da Casa, Maia passa a ocupar, a partir de amanhã, o posto máximo, com a saída do vice eleito, Michel Temer.
RAZÃO E 'SENSIBILIDADE'
Maia rebateu o afago e, em discurso, ressaltou a "coragem" e a "sensibilidade" do colega de partido.
A decisão em torno do parlamentar por pouco não saiu: antes de Vaccarezza e Chinaglia abrirem mão da disputa, a bancada petista chegou a adiar um encontro, já que os deputados não chegavam a um consenso.
Deixar a indicação ser escolhida no voto, avaliaram petistas, seria prejudicial à legenda, pois evidenciaria um racha interno.
Daí a importância de um acordo entre as correntes que compõem o partido. Maia e Vaccarezza representam o campo majoritário. Já Chinaglia era respaldado pelo Movimento PT, que transferiu seu apoio a Maia após seu candidato sair do páreo.
Em sua campanha, Maia destacou a importância de descentralizar o poder no PT, hoje concentrado na bancada paulista.