Um pedido de socorro. Assim o representante da comissão de negociação dos funcionários da Transur - Empresa de Transportes Urbanos de Salvador, Jeovane Reis, definiu sua participação na Tribuna Popular da Câmara Municipal de Salvador, na sessão desta segunda-feira (13) à tarde. Ele pediu para os vereadores intermediarem a negociação com a prefeitura, pois desde a liquidação do órgão, em 1997, os servidores estão amargando perdas salariais, entre outros direitos trabalhistas.
"Pelo amor de Deus nos ajudem, pois já não temos a quem apelar. A Câmara é a nossa última esperança de termos nossos direitos reconhecidos. Não podemos pagar por erros de dirigentes do passado", implorou Reis. Segundo ele, alguns dos cerca de 300 funcionários da Transur já morreram sem ver a vitória do movimento.
Entre os direitos negados aos trabalhadores, que pertencem à categoria dos rodoviários mas estão desde 1998 relocados em outros órgãos, estão: reajuste salarial de 9,5%, retroativo a 1998, e plano de saúde. A ação movida na Justiça transitou em julgado, mas até o momento a solução continua pendente.
Causa justa
O presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, vereador Sandoval Guimarães (PMDB), reconheceu que os funcionários da Transur estão com salários aviltados e propôs a formação de uma comissão suprapartidária para acompanhar as negociações com a prefeitura. Ele assumiu o compromisso de se esforçar para garantir no Orçamento de 2011 recursos para o atendimento das reivindicações do grupo de servidores. A vereadora Marta Rodrigues (PT), que integra a Comissão, sugeriu uma reunião de emergência para traçar as providências em apoio aos trabalhadores, classificando a causa como "justíssima".
Segundo a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), desde 1997, quando a empresa foi liquidada, os funcionários "vivem à margem do quadro de pessoal da prefeitura". Para Moisés Rocha (PT), a prefeitura está tratando esses servidores como "coisas", desrespeitando seus direitos trabalhistas. Também o vereador Lau (PSB) se pronunciou, incentivando a Câmara a "assumir o papel suprapartidário de mediar esta luta".