Política

PROJETO AXÉ COMPLETA 20 ANOS E SOFRE COM FALTA DE RECURSOS DO GOVERNO

vide
| 02/12/2010 às 21:49
Performance de dança e moda baiana na Câmara durante evento 20 anos do Axé
Foto: César Rasec

Atividades culturais de dança e música e palavras de apoio marcaram a homenagem que a Câmara Municipal prestou aos 20 anos do Projeto Axé, em sessão especial, no Plenário Cosme de Farias, na manhã desta quinta-feira (2).


A autora do requerimento, vereadora Aladilce Souza (PC do B), disse que "o Projeto Axé já faz parte do nosso imaginário social como algo positivo, uma ação diferenciada, especial, que precisa ser apreendida e exercitada por toda sociedade".


O presidente do Projeto Axé, Cesare Florio La Rocca, destacou que o sucesso da instituição está na pedagogia aplicada.  "Queremos restituir a essas crianças o desejo de sonhar por dias melhores", disse, contendo as lágrimas.


Cesare informou que o atraso no repasse dos recursos do Estado tem prejudicado o desenvolvimento do projeto. Ele, no entanto, ressaltou que "seria uma injustiça culpar o governador. O maior problema é a burocracia. Enquanto isso, crianças morrem", lamentou.


18 mil atendidos


Segundo Cesare, nos primeiros dez anos do projeto, o número de crianças em situação de abandono nas ruas de Salvador foi reduzido de 835 para 127. Ele acrescenta que a redução não prosseguiu porque o projeto não recebe o apoio necessário.


Ao longo desses 20 anos, mais de 18 mil pessoas foram acolhidas pelo projeto. Atualmente, são 972 pessoas de 10 a 25 anos.


Segundo o subsecretário Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), Emerson Palmeira, "é a própria legislação que, em muitos casos, dificulta a ação de políticas públicas".


Para a secretária Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), Arany Santana, o Projeto Axé oferece um novo olhar e novas práticas no tratamento de pessoas esquecidas pelo Estado.


Há nove meses participando do Projeto Axé, Josemar Santos, 12 anos, disse que ganhou incentivo para estudar e desenvolver suas habilidades musicais como percussionista. "Agora tenho com o que ocupar minha mente". Já Lindomar Pereira lembrou que o Projeto Axé salvou a sua vida, sendo hoje um dos seus educadores.


Estiveram presentes à sessão, o coordenador do Unicef na Bahia e em Sergipe, Ruy Pavan Ribeiro; o presidente do Instituto C&A, Paulo Castro; o superintendente do Iphan na Bahia, Carlos Amorim; o representante do jornal A Tarde, Ricardo Mendes; a representante da Secretaria de Cultura do Estado, Bete Rangel; e a subchefe do gabinete do governador, Suzana Sá.