Ele se aproxima da marca de Pelé dos mil gols, com quase mil projetos dos mais variados gêneros, tamanhos e nacionalidades. Com apenas 10 anos de prancheta, o arquiteto Sidney Quintela tornou-se referência nacional por seu traço firme e refinado, levando consigo o nome de Salvador e da Bahia a cidades do Brasil, Europa e África.

Reconhecido pela qualidade e beleza do seu trabalho, Sidney Quintela também teve publicamente reconhecido o seu amor à capital baiana, ao receber o Título de Cidadão da Cidade do Salvador pela Câmara Municipal, na noite de sexta-feira (26). Iniciativa do vereador Paulo Câmara (PSDB), a sessão especial foi marcada por honras ao arquiteto e pelas palavras de agradecimento do homenageado a amigos e familiares.

"Nossa cidade precisa não só de arquitetos e urbanistas, mas de todos que daqui tiram suas aspirações, seus sustentos, e onde têm suas famílias", declarou Sidney Quintela. Nascido em Feira de Santana (BA) e filho de Oxóssi, como faz questão de afirmar, ele fez de Salvador, onde se graduou em arquitetura pela Ufba, sua morada e local de ascensão profissional.

Após receber o título das mãos de sua esposa, Flávia Quintela, da filha Maria e da mãe Maria José, o arquiteto fez uma reflexão sobre suas conquistas: "O mais importante na nossa vida não é a profissão que escolhemos, mas o amor com o qual fazemos o nosso trabalho".

Ao lado do vereador Paulo Câmara, estavam a diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufba, Solange Araújo; Naildo Macedo, amigo e sócio de Sidney Quintela, representando a Ademi-BA; e João Ribeiro, representando a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia.

Alcance internacional

Para Paulo Câmara, Sidney Quintela detém "uma carreira de um brilhantismo raro". De estagiário em uma empresa que executava obras para o governo do Estado da Bahia, a estagiário e sócio no escritório da arquiteta Vera Campos, fez das oportunidades uma forma de ascender na profissão.

Contratado por Caetano Veloso para reformar a sua casa, no Rio Vermelho, foi elevado à condição de "estrela" no mercado da arquitetura. Hoje, Quintela comanda uma equipe de 70 profissionais, espalhados em escritórios em Salvador, São Paulo, Lisboa (Portugal) e Maputo (Moçambique). Assina inúmeros projetos, como a revitalização do Terreiro do Gantois; o complexo residencial Noblesse para a Odebrecht, em Luanda; o Vitraus, primeiro ecoprédio de Salvador; e a sede da EDM, a Eletrobras de Moçambique.

"A grandeza profissional desse arquiteto-empresário ajuda países pobres da África que se reorganizam na modernidade, bem como Angola e Moçambique que caminham para ter uma vida melhor", disse Paulo Câmara. A atuação global de Quintela faz jus à sua concepção de que o mundo é um quarto e sala. "Depois que descobri isso, resolvi que quero preencher o meu mapa mundi até onde for possível", disse. 

Ainda garoto quando morava em Feira de Santana, no edifício Ana Müller, que considerava o mais alto do mundo, o seu talento já havia sido percebido por um professor de geografia. E com o passar dos anos, outros perceberam. Sidney Quintela saiu do seu Empire States feirense para deixar sua marca em prédios Brasil afora.