Política

ACREDITE SE QUISER: LULA DIZ QUE FICA NA ARQUIBANCADA, p/ TASSO FRANCO

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| 03/11/2010 às 11:56
Se alguém achar Lula aí na arquibancada avise ao BJÁ
Foto: Zero Hora
  A entrevista coletiva que o presidente Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff deram nesta quarta feira, 3, em Brasília, foi do tipo ao gosto do cliente.

  Ou seja: só falaram amenidades, dissimularam o quanto puderam e mostraram que estão afinadíssmos para 2011 e o período novo de governo petista.

  Evidente que ninguém vai acreditar nas observações picarescas de Lula dando conta de que vai ficar na arquibancada como telespectador do jogo e só opiniará quando chamado.

  Foi uma forma elegante que o presidente encontrou para tratar do assunto mais polêmico do próximo governo, a sombra de Lula, o espectro hameletiano. "To be or not to be" (ser ou não ser), como diria Shakespeare.

  Vive-se, no âmbito dos meios de comunicação, sobretudo agora com a instantaneidade da notícia via web (internet), momento de permanente especulação muita gente colocando factóides na midia e se não tivermos cuidado em filtar essas notícias, acabamos por nomear o Ministério de Dilma antes da hora.

  Lula, portanto, apressou-se em afirmar que não recomendou a Dilma manter este ou aquele ministro, como já foi noticiado em relação a Mantega (Fazenda) e Meireles (BC) e que a base do governo é o projeto (a continuidade do seu projeto de governo com inovação e a cara de Dilma) e não pessoas.

   Mas, óbvio, que no bojo das conversas algumas pessoas deverão permanecer no governo e outras não. Natural.

  Uma outra questão que foi explícitada na coletiva esteve relacionada com o Salário Mínimo. Vê-se, hoje, que o projeto petista ficou preocupado com a proposta José Serra de elevar o SM para R$600,00, em 2011, tanto que a presidente eleita já admite que o seu governo fará isso, até o final de 2011. 

   E, de quebra, deu uma alfinetada política no PSDB/Serra ao situar que a população discerne o que é demagogia e proposta séria.

  Causou também certa preocupação o fato da presidente eleita admitir uma compensação a CPMF, segundo seu depoimento por pressão dos governadores.

   Embora tenha dito que não fará isso via novo imposto, dinheiro não sai de tesouros marinhos ou lâmpadas de Aladim, daí que fiquemos com as barbas de molho. Até hoje o PT (leia-se Lula) não admite a derrota no Congresso com o fim da CPMF.

  No mais, tempo de descansar, viajar, e é isso que Dilma e Lula vão fazer para descansar e trabalhar em Moçambique e noutro lugar qualquer desse planeta.