Depois de votar em São Bernardo do Campo, no ABC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o humorista Tiririca. Ele foi eleito com 1,3 milhão de votos, mas responde a uma ação na Justiça Eleitoral para provar que sua declaração de escolaridade é verdadeira. Para o presidente, 'Tiririca é a cara da sociedade' e a Justiça Eleitoral deveria ter apontado a falha antes de ele ser candidato.
"O Tiririca é a cara da sociedade. Acho uma cretinice o que estão tentando fazer com o Tiririca. Estão desrespeitando 1,5 milhão de pessoas que votaram nele. Então, que não deixassem ele ser candidato. Acho que tem de fazer prova é quem está pedindo para ele fazer prova", disse
O presidente também afirmou que a discussão sobre o aborto, durante o segundo turno, foi uma tentativa de politizar a religião e disseminar ódio e preconceito. "Acho que tem uma coisa grave que é tentar politizar a religião. Ontem vi a tentativa de explorar a fala do Papa contra o aborto contra a Dilma. Primeiro que a Igreja é contra o aborto desde que ela existe. Não tem nenhuma novidade. A única novidade era se o Papa defendesse o aborto", disse.
Questionado sobre impasse em torno da lei da Ficha Limpa, Lula afirmou que é um erro dos políticos permitir que a questão política seja resolvida no Judiciário. "Todo mundo sabe das críticas que eu tenho feito à legislação elaborada no Congresso Nacional, que devia deixar o mínimo para resolver no Judiciário. Acho que a Ficha Limpa tem um problema que nem a Suprema Corte está coesa. Acho que os senadores de deputados tem uma parcela de responsabilidade nisso", afirmou.
Lula diz que os partidos devem fazer uma reflexão sobre os fatos da campanha. "Acho que é uma coisa delicada o que aconteceu nessa campanha, a disseminação do ódio e do preconceito. Em política, isso é muito grave. Terminada a eleições, os partidos devem fazer uma reflexão do que aconteceu. Acho que as igrejas vão ter de pensar o seu papel. Porque acho que muita gente usou e abusou do direito de vender inverdades, coisa que não é correta", disse.