O TSE negou, neste domingo (17), dois pedidos de resposta da coligação de Dilma Rousseff contra a campanha de José Serra.
Em ambos os casos, o comitê de Dilma queixou-se do conteúdo de peças levadas ao ar na propaganda de rádio. Numa, ouve-se um jingle:
"É dólar na cueca, aloprado, é mensalão. Essa turma vem com a Dilma, com o Serra não vem não. Toc-toc-toc, bate na madeira. Dilma e Zé Dirceu, nem de brincadeira".
Na petição levada ao TSE, os advogados da campanha petista alegam que a propaganda rival "macula a honradez" de Dilma.
Por quê? "Contém ilações eminentemente infamantes em relação à candidata". Enxergam difamação no trecho que diz: "Essa turma vem com a Dilma".
Escalado para destrinchar a encrenca, o ministro Henrique Neves negou o pedido de resposta.
Para ele, mensalão e dólar na cueca evocam fatos notórios. E a expressão "essa turma" refere-se a personagens do PT.
Assim, a campanha de Serra, na visão do ministro, não extrapolou o "legítimo exercício da crítica política".
Na outra peça, o tucanato associou Dilma ao ‘Erenicegate'. Para o comitê petista, uma "ofensa". Os advogados realçaram que o caso encontra-se sob invesigação.
Dessa vez, coube ao ministro Joelson Dias negar o pedido de resposta. Para ele, a campanha de Serra não fez senão "divulgar sua opinião [...] sobre o tema noticiado".
Joelson recordou que o PT já havia requerido resposta por conta de propaganda que continha "trecho assemelhado".
Levado ao plenário do TSE, o pedido anterior havia sido negado "por unanimidade".
O tribunal concluiu que "a exploração de aspectos supostamente negativos da atuação política de determinado candidato é legítima na propaganda eleitoral".