Política

LÍDER OPOSIÇÃO DIZ QUE IMPRENSA DE WAGNER TENTA DESACREDITAR ATÉ IBGE

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| 15/09/2010 às 19:13

O líder da bancada de oposição na Assembléia Legislativa, deputado Heraldo Rocha (DEM), ficou estarrecido com as explicações da Assessoria de Imprensa do candidato a governador Jaques Wagner (PT) sobre o Topa. Segundo a propaganda do atual governo, o programa teria alfabetizado 460 mil pessoas em três anos, mas a pesquisa PNAD, divulgada semana passada, revelou que o Topa beneficiou apenas 86 mil analfabetos. "Na tentativa de defender o impossível, o candidato governista tenta descredenciar a metodologia de pesquisa do IBGE, um órgão sério, até onde eu sei",  criticou Heraldo Rocha.


"Para tentar esconder o fracasso do atual governo, a imprensa de Wagner está atacando até o governo Lula", destacou o parlamentar. O IBGE é vinculado ao Ministério do Planejamento.  A imprensa do candidato oficial repete a estratégia da propaganda ao afirma que a coleta da PNAD ocorreu até setembro do ano passado, quando na verdade o trabalho de campo ocorreu entre outubro e dezembro.

Outra mentira foi dita pelo próprio governador no seu ultimo programa eleitoral, e repetida na nota oficial, de que a Bahia tinha 2,15 milhões de baianos acima de 15 anos analfabetos em 2007. "O fato é que em 2002 tínhamos esse numero, e deixamos com 1,89 mi de analfabetos para esta faixa etária, com uma redução de 151 mil entre 2003 e 2006, maior que os números apresentados por esse governo, que insiste em mentir para assim tentar transformar seu discurso em verdade", afirmou o candidato a governador pela coligação a Bahia Merece Mais, Paulo Souto, que lamentou a justificativa dada pelo candidato do PT  sobre os números revelados pelo PNAD que desmentem o governo Jaques Wagner.


"O pior é que o governo já anunciava desde junho de 2009 os 450 mil alfabetizados em propaganda de TV e outdoors espalhados pela cidade. Quem não se lembra? Uma clara mentira que não se envergonha de usar pessoas idosas e humildes para enganar o povo baiano", reforçou Heraldo Rocha.


NEGAR O ÓBVIO

A pesquisa atacada por Jaques Wagner é usada em todo o Brasil como avaliação de desempenho de governo, revelando pontos que precisam ser corrigidos, "mas na Bahia de Wagner eles preferem negar o obvio e se escondem de qualquer tipo de cobrança que desmontem o seu discurso", critica Rocha.


O líder na Assembléia Legislativa, que é candidato a reeleição, destacou ainda que a resposta da comunicação de Jaques Wagner enfatizou a queda no analfabetismo entre 2001 e 2009, quando - pela lógica - deveria tratar apenas do período de governo deles. "Eles não queriam era perder a oportunidade de computar como mérito deles o avanço do combate ao analfabetismo no governo Paulo Souto, registrado em todas as faixas etárias", ironizou Rocha.


Em nome do debate, que deve ser o elemento principal numa campanha eleitoral, a coligação "A Bahia merece mais", apresentam algumas perguntas que ainda esperam uma resposta: se uma pesquisa por amostragem não reflete a realidade, como afirma a nota da campanha de Jaques Wagner, por que eles mesmos usam os dados do PNAD para destacar ponto que consideram conveniente?  No programa de hoje às 13 horas, o programa petista fala da pesquisa. O mesmo raciocínio vale para pesquisas eleitorais, que usam amostragens tanto quanto o PNAD.  Porque além de alfabetização, em água, saneamento e distribuição de renda o PNAD também desmente os dados do governo?