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Por ser pobre e negro, as forças de repressão do Estado já supõem que o jovem da periferia é marginal e o extermina", afirma Hilton Coelho. Zilmar Alverita, candidata a senadora, e Hilton Coelho, candidato a deputado estadual, ambos pelo PSOL, manifestaram preocupações diante da crescente violência que atinge a todos, em especial a juventude negra, excluída e dos bairros populares e afirmam que isso pode ser qualificado de criminalização da pobreza. "
"A violência institucional que acomete a população submetida à pobreza e os locais onde vivem têm raízes diretas com a violência repressiva de um Estado que não é de todos e sim dos poucos que detêm o poder.", declara Zilmar Alverita que acrescenta a dor de "ver mães e pais chorando seus filhos mortos dia a dia pela polícia ou pela marginalidade e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia pouco ou nada fazer para conter e controlar esse absurdo".
Para Hilton Coelho (50.150) "os habitantes dos territórios da pobreza, ocupações e periferias, sobretudo a juventude negra são alvos privilegiados de invasões e abordagens truculentas, seguidas de torturas e tratamentos cruéis e degradantes, de encarceramento muitas vezes injusto, ou, no limite, de execuções sumárias, às vezes com ocultamentos de cadáveres. Esse tratamento, ilegal do ponto de vista de qualquer legislação, está banalizado, naturalizado, integrado à 'normalidade' da sociedade contando até com apoio de programas sensacionalistas na TV".
A criminalização da pobreza é realizada essencialmente em dois eixos complementares e simultâneos, um pela via legal e outro estritamente ilegal, porém tolerado pela sociedade, segundo Hilton Coelho e Zilmar Alverita.
"Para os pobres também não vale a regra de que preso sem condenação em última instância pode aguardar o julgamento em liberdade: quando o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu dois habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas em menos de 48 horas, havia 211 mil presos na mesma situação. Precisamos avançar nas políticas públicas que garantam de forma efetiva a universalização e a igualdade de direitos, combata a impunidade da violência institucional e impeça métodos violentos para contenção e repressão sociais. Só assim vamos deixar de abrir jornais ou acessar outros meios de comunicação e nos depararmos com mais mortes violentas entre a juventude", finalizou Hilton Coelho.