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O candidato Geddel Vieira Lima durante caminhada em Salvador
Foto: DIV
O deputado federal Geddel Vieira Lima, candidato do PMDB ao governo da Bahia, criticou nesta sexta feira a afirmação do governador Jaques Wagner no debate da TV Band de que as únicas saídas para o crack são "a cadeia ou o cemitério". Geddel observou que o governador estava repetindo a publicidade do seu governo "e insistindo em uma argumentação totalmente inaceitável":
"O governador do Estado", disse Geddel, "não pode vir a público declarar que a única saída para o vício do crack é morrer ou ser preso. Em primeiro lugar, ele está fingindo não saber que as ruas das maiores cidades baianas, embora não sejam cadeias nem cemitérios, são lugares onde proliferam cracolândias, sem que quaisquer providências sejam tomadas".
Geddel disse que como governador assumirá para si e para a estrutura de segurança pública do governo do estado "a tarefa do combate ao traficante de crack, que é o elemento que distribui as drogas entre os usuários". Para ele, "se o governo Wagner não dá as mínimas condições à polícia para combater o crack no estado, melhor seria ele gastar o dinheiro público tentando montar uma estrutura capaz de enfrentar o tráfico e o vício do que gastá-lo em propagandas onde tenta transferir para os usuários uma culpa que no fundo é do próprio governo".
Geddel também manifestou sua estranheza diante do fato de o governador não considerar o tratamento dos usuários como uma saída para o vício do crack: "Na verdade, o governo estadual não implementou nenhuma medida séria para o tratamento dos viciados. Quem fez isso foi o prefeito de Salvador, João Henrique, que inaugurou esta semana o primeiro Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, o CAPsAD, uma espécie de clínica de recuperação pata os usuários".
Para o candidato peemedebista, não encarar a possibilidade de tratamento dos usuários como um caminho de combate ao crack "decorre da incapacidade de gestão do governo do estado, manifestada não apenas nessa área como em várias outras: não faltam leitos para o para o tratamento dos dependentes de drogas, o que falta é um gerenciamento competente, é disponibilizar os leitos existentes em hospitais públicos para tratamento, é viabilizar assistência social, além, é claro, de reprimir duramente o tráfico".