Política

CAMINHÃO REPLETO DE JAPONESES E A CAMPANHA NA BAHIA, POR TASSO FRANCO

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| 11/08/2010 às 11:43
Marketing improdutivo: Lanchonete Amaral, em Santa Bárbara, painel para todos candidatos
Foto: BJÁ
   A campanha eleitoral da Bahia continua um "caminhão repleto de japoneses". É de uma mesmice impressionante. Enquanto no Brasil já surgiram a "Turma do Chapéu", o "Dilmaboy", dossiês, o "Obama dos pobres" e outros personagens e polêmicas, na Bahia, nada acontece. É impressionante.


   Até mesmo a turma do marketing com especialidade na internet e nas novas mídias eletrônicas nada cria de interessante e que possa chamar a atenção dos eleitores.


   Os coordenadores políticos, os políticos, os candidatos e os líderes envolvidos nas campanhas não foram capazes, pelo menos até agora, de apimentar o momento com uma frase de efeito, algo assemelhado ao que Brizola disse de Lula (sapo barbudo) ou ACM de Michel Tamer (mordomo de filme de terror).


   As peças de campanha nas ruas são também bastante parecidas uma das outras e até o modelo tão criticado no passado, de ACM ancorando seus candidatos a governador da Bahia, agora servem de exemplo para todos aqueles que estão com Dilma/Lula, desde o governador Wagner, o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima, e inúmeros deputados.


   Alguns candidatos também usam fotos antigas, quando ainda eram jovens, num truque bastante conhecido no marketing. Tem gente com a mesma foto quando ainda era militante estudantil da UFBA e outros de tão retocados não dão para perceber sinais de envelhecimentos, o que não tiraria o mérito de nenhum deles.  

  Mas, a vida como ele se apresenta. Todo mundo quer ficar novinho na fita.


  As assessorias de imprensa dos candidatos enviam releases para os veículos de comunicação, em geral, repletos de chavões ("o candidato foi recebido carinhosamente pela população", "milhares de pessoas no encontro tal", "mais de 300 veículos na carreata y", etc) e existe até release padrão com um determinado número de carros para cada carreata.
 
  Parecem até o comentário de Natal do saudoso Cruz Rios, de A Tarde, que, dizem, só mandava mudar a data e mantinha o texto ano após ano.


  A expectativa geral é de que a campanha tende a ficar mais apimentada a partir da próxima terça-feira, 17, quando começa o horário eleitoral no rádio e na televisão, e também serão divulgados os comerciais dos candidatos e seus partidos. 

  Que não apareçam na TV com "panelinhas" e outras peças já manjadas do eleitor. Bira do jegue, atual Bira do jegue-zebra, eterno candidato, é mais criativo.


   No momento atual, com a campanha nesse "banho Maria", insossa, sem polêmicas no "front", quem está à frente leva uma vantagem enorme.

   Isso é igual a uma corrida de obstáculos ou prova com barreiras. Quem está atrás é que deve fustigar o adversário e tentar ultrapassá-lo. E quem está à frente faz como os corredores profissionais: dá uma olhada pelo canto do olho para verificar onde estão seus competidores e dosa a velocidade de acordo com essa expectativa.


   Até o próximo dia 17 novas pesquisas serão anunciadas pelos institutos DataFolha, Ibope e Vox Populi. Trata-se de um referencial que utilizam para verificar a situação dos candidatos antes dos debates e dos programas eleitorais nos veículos de comunicação de massa.


   Na Bahia, pelo andar da carruagem, não há sinais de mudanças no quadro atual com Wagner despontando até agora como favorito à reeleição, Souto em segundo e Geddel em terceiro. A campanha majoritária do PV não seduz. E os partidos de oposição mais radicais (PSOL, PSTU, PCO) devem manter seus patamares mínimos.


   É isso, leva-se o carro do Caboclo pra Lapinha no ritmo da Bahia.