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Muita conversa fiada para valorizar os marketeiros dos candidatos
Foto: Blog Dosedupla
Leio nos jornais da capital citações de que comandos de campanha e marketeiros estão satisfeitos com desempenhos de seus candidatos, com "estratégias acertadas", "estratégicas que estão dando resultados" e outras adjetivações, as quais, longe de serem verdadeiras representam, apenas, suponho que elogios à "tropa interna" para efeito de incentivo ou mesmo alguém querendo aparecer na mida antes da hora, ainda sem merecimentos para tal crédito.
O que se percebe nas pesquisas de opinião pública publicadas até agora (DataFolha, Vox Populi e Ibope) é que, os candidatos ao governo do Estado, têm pontuações que são anteriores ao início da campanha de rua, do marketing inicial - balões, serviços de som, internet, bandeiradas, jingles, foguetes, santinhos, caminhadas, comícios, etc), portanto, de meados deste ano quando a campanha propriamente dita sequer havia começado.
Wagner tem essa pontuação de 41% a 44% desde dezembro do ano passado. Paulo Souto também está na faixa de 22% a 25%, idem-idem (salvo a Vox que o colocou acima de 30%); e Geddel entre 8% a 13%. Luiz Bassuma, desde que se lançou candidato marca 1% a 2% e os outros candidatos de 0 a 1%.
Ou seja, passados esses quase 1 mês do inicio da campanha (fecha 30 dias no próximo 6 de agosto) não houve um deslocamento de qualquer dos candidatos de forma mais acentuada.
Ora, se Wagner já tivesse alcançado 52.8% (número que venceu o pleito em 1º turno, em 2006) aí, tudo bem; Se Souto pontuasse com 43.03% (número que perdeu a eleição, em 2006), palmas para seu marketing. E se Geddel, que é o novo no processo, tivesse alcançado 20% idem-idem.
Nada disso aconteceu até agora. O eleitorado ainda está frio. Nem morno. E só vai tomar uma decisão mais firme a partir de meados de setembro. Por enquanto, essa propaganda dos marketeiros e coordenadores de campanha é enganosa.
É até provável que, na data limite para o horário eletoral gratuito no rádio e na TV (17 de agosto) quando a campanha começa a esquentar, um desses candidatos possa fazer algum deslocamento diferenciado. Até lá tem-se, ainda, 20 dias de campanhas de rua, e essa é uma fase importante para difusão do nome do candidato junto ao eleitor no corpo-a-corpo.
Só que a Bahia tem 417 municípios, milhares de povoados, mais de 9 milhões de eleitores, um território do tamanho da França e isso se torna inviável do ponto de vista da logística e outros.
Mas, ainda, assim, pode acontecer um deslocamento para mais ou para menos de algum dos candidatos. Esse movimento, de certa forma, estará atrelado ao plano nacional. Dilma deslocando de Serra ajuda Wagner/Geddel; Serra descolando de Dilma ajuda Souto.
Mas, pouca gente acredita nisso. Nem eu. Acho que os números postos acima terão poucas alterações até 17 de agosto.