Por considerar o Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador (CAS) - que vai do Campo Grande até a Calçada e compreende onze bairros - coisa séria para o desenvolvimento da Bahia, o deputado Javier Alfaya ressalta a importância de a Assembléia Legislativa participar dessa discussão, acolhendo as reivindicações e demandas de todos que direta ou indiretamente atuam nesse patrimônio de valor histórico, cultural, social, econômico e artístico local e nacional.
Como vice-líder do governo, ele ficou satisfeito com o debate promovido no Museu Eugênio Teixeira Leal na sexta dia 9, oportunidade em que dirigentes de órgãos públicos detalharam o plano para empresários, lideranças de movimentos sociais e de entidades de moradores.
Para Javier, a sociedade precisa conhecer em profundidade o diagnóstico da região elaborado pela equipe técnica e os objetivos do plano para o CAS, o cronograma das obras e, acima de tudo, confiar em que tudo será concluído como previsto pelos governos federal e estadual.
Ele defende ainda que o Legislativo, a partir de agora, tome a iniciativa de intervir de forma qualificada nessa diversidade riquíssima que constitui o Centro Histórico de Salvador e auxilie o governo estadual a atender às reivindicações dos empresários e moradores. Afinal de contas, diz Javier, "estão previstos investimentos da ordem de 627 milhões de reais".
O Centro Antigo de Salvador (CAS) e o Entorno do Centro Histórico (ECH) compreendem ainda os bairros do Tororó, Barris, Nazaré, Saúde, Barbalho, Macaúbas, parte da Liberdade, Comércio e Santo Antônio. Tem área de sete quilômetros quadrados e aproximadamente 80 mil habitantes, população cerca de 40% menor do que havia em 1970 (dados do IBGE).
DESCONHECIMENTO É GRANDE
A coordenadora do Escritório de Referência (órgão gestor do plano) arquiteta Beatriz Cerqueira Lima, informou que pesquisa feita em Salvador mostrou que mais da metade da população (58%) jamais freqüentou o Centro Histórico e que as agências de turismo dedicam à área somente um turno de seus trabalhos, apesar da região abrigar grande parte dos equipamentos culturais da capital, como conventos, igrejas, museus, cinemas, teatros, bibliotecas e arquivos. Outro dado importante: 1.100 imóveis estão fechados, em ruínas ou terrenos baldios, com potencial para a construção de oito mil habitações.
Em sua apresentação, ela disse que os problemas do Centro Histórico não estão nele, mas em seu entorno, onde o governo decidiu investir, após dois anos de estudos, para mudar essa realidade.
VISÃO DE FUTURO
O Plano de Reabilitação Participativo estabelece investimentos em moradias para a população de baixa renda, construção de áreas de lazer e esportes, recuperação de sítios tombados, ordenamento da acessibilidade, limpeza e segurança, reversão da situação de abandono e degradação, estímulo à diversidade cultural e de oportunidade de negócios, fomento à criação de espaço educacional para a cidade, incremento do turismo cultural e artístico e preparação de toda a região para a Copa de 2014.
Assim, o Centro Antigo de Salvador será um local bom para morar, trabalhar, freqüentar e visitar; socialmente justo, ambientalmente sustentável, economicamente viável e culturalmente aceito.