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José Serra consegue reequilibrar a disputa e se mantém competitivo
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A pesquisa Ibope divulgada ontem pela Rede Globo encomendada pela Associação Comercial de São Paulo difere pouca coisa da DataFolha recente, apenas pelo fato de que o empate nas intenções de votos entre Dilma e Serra esteja cravado em 39%. Da mesma forma, para um segundo turno, outro empate 43% x 43%.
Eleição é igual a jogo final da Copa do Mundo não existe empate, pois, alguém tem que ser declarado vencedor. O que se verifica, hoje, véspera de começar a campanha eleitoral nas ruas - comícios, carros de som, propaganda, etc - é um equilíbro de forças entre as duas maiores lideranças em disputa, num pleito que se configura extremamente polarizado ainda faltando três meses para a eleição.
Os dois candidatos preferenciais somam 78% das intenções de votos já definidos havendo apenas uma margem de 22% a ser conquistada, observando-se, ainda, que desses 22%, Marina Silva tem 10% deles em sua conta. Ou seja, se Marina mantiver esse percentual até o final da campanha restam apenas 12% de votos em disputa, o que é um número expressivo, mas, dificilmente será conquistado por apenas 1 dos candidatos.
Também pelo que se verifica nas recentes pesquisas, o tucano José Serra consequiu equilibrar o jogo que estava perdendo em maio/início de junho e deverá se manter nesse patamar (39%) ou acima dele, a depender da campanha propriamente dita que se avizinha. Dilma, em tese, teria mais chances de crescimento porque está ancorada em Lula, o presidente melhor avaliado na história recente do país, com 76% de preferência do seu governo em ótimo/bom.
E também ao que se anuncia, o presidente usará todas suas forças e as estruturas de propaganda de feitos do seu governo para eleger Dilma, candidata que já vem utilizando em profusão números das realizações do período governamental lulista, da qual fez parte como a "mãe" do PAC.
Até agora, a estratégia usada pelo presidente tem dado certo. Dilma cresceu bastante, até além do que se imaginava, mas, nas últimas pesquisas se configura que deu uma parada, ou cresce de forma mais lenta, estando estável na casa de 40%. É um número extraordinário porque a campanha da TV só começa dia 17 de agosto.
A questão é que Serra também tem muita coisa pra mostrar e sua estratégia última na TV revelando seus feitos para a pobreza - mutirão da saúde, genéricos, etc - surtiu bom efeito e certamente vai explorar esses segmentos.
Nesse jogo não parece que haja espaço para Marina Silva. Sua pregação em torno da questão ambientalista teria chegado ao limite máximo de 10% do eleitorado e não há sinais de que se altere.
Teremos, pois, a julgar pelas últimas pesquisas, uma bela campanha eleitoral para presidente da República. Parelha com parelha, até o final. Se isso acontecer, dar-se-á reflexos nos estados em campanhas também muito disputadas, sem que uma onda vernelha, como se supunha, possa ser preferencial.