Política

DILMA PASSA NO 1º TESTE DOS DOIS PALANQUES NA BAHIA, POR TASSO FRANCO

Vide
| 28/06/2010 às 09:07
Wagner, em Cachoeira, cumprimenta integrantes da Boa Morte
Foto: Manu Dias
   A candidata do PT a presidência da República, Dilma Rousseff, manteve seu tom de moderação na Bahia onde tem dois palanques sem cometer eventuais deslizes que pudessem desagradar os candidatos majoritários ao governo do Estado, Jaques Wagner (PT) e Geddel Vieira Lima (PMDB). Evidente que, em sendo Wagner o candidato de sua legenda mãe, fez um afago especial situando que se trata "irmãos de alma no mesmo projeto de transformação da Bahia e do Brasil".

  O fato de comentar sobre o recado de Lula ao "galego" (apelido de Wagner) para vê se ele se reelege na Bahia também estaria dentro do "script", uma vez que, na convenção do PMDB fez uma referência carinhosa a Geddel tratando-o de "Geddelzinho". Milimetricamente, o jogo está empatado e nem Wagner; nem Geddel podem se queixar de Dilma. Pelo contrário, os dois palanques no Estado a favorecem e a candidata petista saiu-se muito bem nesse primeiro teste.

  Wagner, de sua parte, referendou alguns sinais de sua estratégia na Convenção, já plenamente divulgados aqui neste site, de que vai à reeleição amparado em Lula, no projeto político que abraçou e faz parte há 30 anos, mais acentuadamente a partir de 2003 (no país) e 2006 (no estado) e nos indicadores de gestão do seu governo, sobretudo os que considera sociais. Esses são os dois pontos cruciais e que abordará durante a campanha eleitoral propriamente dita que se inicia com mais intensidade a partir de 17 de agosto, no rádio e na TV.

   Dilma, a rigor, faz parte do projeto político de Lula e sua participação na campanha Wagner se dará dentro desse contexto. Não mais do que isso ou de forma isolada, mesmo que a candidata, eventualmente, possa disparar nas pesquisas e apontar para uma vitória em primeiro turno. Claro que, se isso acontecer, é bom para Wagner. Mas, em certo sentido é também bom para Geddel.

  Imaginar o que vai acontecer na Bahia só dando tempo ao tempo para verificar quem decola com maior intensidade. Por enquanto, os sinais são de uma eleição em segundo turno. A Copa do Mundo termina no dia 11 de julho próximo e, nesse momento, a campanha já estará em curso com propaganda de rua, carros de som e outros. As pesquisas que serão realizadas a partir dessa época poderão apresentar novos indicadores, se Wagner se distanciará de Souto e Geddel ou se os números refletirão uma disputa em segundo turno.

  Nesse contexto está o eleitorado. Talvez, ainda seja cedo (julho) para o eleitor fazer sua opção preferencial pelo projeto Lula/Dilma/Wagner; Lula/Dilma/Geddel. É provável que essa definição só aconteça mais adiante, um mês após a abertura dos programas eleitorais nos veículos de comunicação de massa (meados de setembro).

   O marketing político pode ajudar e muito nesse processo. Quem tiver mais competência poderá levar vantagem e a exposição e convencimento das mensagens dos candidatos serão valiosas. 

  Souto, ao contrário, tem uma posição bastante definida porque faz parte do projeto Serra. Sua missão é não cair. Não perder o que já está em sua sacola de votos e tentar ampliar os números que possui. Se Serra se mantiver competitivo até o final do pleito, menos mal. Se despencar, Souto despenca junto.

   Os candidatos do PV e do PSOL não apresentam sinais de que vão decolar.