Política

FORÇA JOÃO JORGE, NÓS SOMOS CAPAZES, POR LUIS CARLOS FRANÇA

Veja depoimento
| 19/06/2010 às 19:24
"Força e pudor/ Liberdade ao povo do Pelô" - Tatau
Foto: OP
 "Força e pudor                                                         
  Liberdade ao povo do Pelô" Tatau

A Bahia negra poderia ter no próximo pleito eleitoral uma das mais concretas possibilidades de potencializar o debate em torno da temática que envolve a vida cotidiana dos negros e negras deste Estado.


O PSOL inegavelmente assumiu este papel e contribui majoritariamente com este debate, exatamente por entendermos que não se pode numa conjuntura como esta secundarizar os problemas da gigantesca maioria da população baiana.

Acredito até que para mantermos o debate de construção democrática dos espaços, seria importantíssimo que outros e outras companheir@s pudessem através de seus partidos, contribuir com este momento singular de discussão política, apresentando e discutindo programas, projetos e a efetiva realidade da população.

Entretanto, sabemos que por detrás das superestruturas partidárias, que se estabelecem sob falsas retóricas, dentre elas a usurpação da simbologia e do acumulo de figuras extremamente importantes para e no movimento negro.

Neste sentido, não somente apoio a tentativa de buscar democraticamente um espaço legítimo na disputa, quanto me sensibilizo diretamente por saber que a estrutura racista é construída também nos partidos que se demonstram como alternativa, mas não o são. Evidente que João Jorge tem nosso apoio neste momento, imaginar um aparato partidário que discute desenvolvimento sustentável sem reconhecer em suas próprias fronteiras a existência do racismo é muito mais do que uma grande contradição. É um verdadeiro absurdo! 


É um fato, os/as negros/as estão à margem dos processos e totalmente impossibilitados da participação efetiva na esfera de poder, não só pelo recorte étnico/racial construído nas relações, mas porque neste segmento da classe, está uma ampla maioria da classe trabalhadora que para além de ser negada sua história, existe um avanço contra o reconhecimento de direitos básicos.

Negros e negras estão nas periferias da cidade, adversos a tentativa de entrar na universidade, mercado de trabalho e acessibilidade às políticas gerais, principalmente na saúde. Portanto, se recusar a debater uma proposta de candidatura negra, e escondê-la em prol de uma candidatura branca é, por parte do PV, racismo, discriminação e falta de atenção com essa parte da população.


Acreditamos que, da mesma forma que o PSOL esta de portas abertas, o conjunto de forças que dirigem os "verdes"(mesmo os que omitem o debate racial), possam de fato estabelecer parâmetros na democracia interna, afim de possibilitar ao companheiro João Jorge apresentar-se como alternativa capaz de dialogar com o conjunto de segmentos deste estado, negros e negras, verdes, mulheres, lgbt, indígenas, quilombolas...

Os negros e negras na Bahia precisam de respeito e nenhum partido pode se ousar a minimizar, reduzir ou secundarizar este debate, desta maneira os verdes dariam um passo à frente para propiciar aos mais oprimidos o franco debate de idéias e ofertar mais uma alternativa.

Força João Jorge, estamos com você!
"nós somos capazes
Pelourinho a verdade nos trás"

* França Pré-Candidato a Senador pelo PSOL/BA