"Vamos promover uma verdadeira revolução no acesso do cidadão aos serviços públicos de saúde na Bahia". É com essa determinação que o candidato democrata ao governo estadual, Paulo Souto (DEM), traça sua proposta de política de saúde, que prevê a construção de seis novos hospitais gerais no estado, um hospital de referência em oncologia e novidades como os Centros de Especialidade Integral e o Transporte em Saúde.
Souto explica que os Centros de Especialidade Integral são unidades de assistência local que oferecerão atendimento de média complexidade em especialidades médicas (consultas) e de apoio ao diagnóstico (exames) aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). "O objetivo é complementar as ações de atenção básica do Programa de Saúde da Família (PSF) e das Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos municípios".
O Centro de Especialidade Integral segue o mesmo conceito das policlínicas anunciadas pelo candidato tucano à Presidência da República, José Serra, na convenção nacional do PSDB, realizada em Salvador. "Haverá um Centro de Especialidade Integral em cada região do estado, com médicos especialistas e equipe multidisciplinar de profissionais, realizando ações curativas e de promoção da saúde, fortalecendo a descentralização e a regionalização", informa Souto.
Na política de saúde democrata está prevista a expansão do Programa de Saúde da Família (PSF). Depois de a gestão de Paulo Souto ter elevado a cobertura do PSF de 22% para 51% da população, o programa praticamente estagnou no atual governo, atingindo apenas 56% dos habitantes baianos. "A ampliação desse importante programa de assistência básica, desprezado pelo atual governo, é indispensável ao sucesso da nossa política de saúde. São os agentes comunitários e a estrutura do PSF que sinalizarão as demandas e o encaminhamento dos casos aos Centros de Especialidade Integral".
Um problema sério que tem solução prevista pelo candidato democrata ao governo estadual é o transporte dos cidadãos aos serviços de saúde. De acordo com estatísticas do SUS, além do índice alto de absenteísmo em consultas, grande parcela de exames prescritos não é realizada e, quando o é, não é entregue, por que faltam recursos aos usuários para o transporte.
"Para resolver este problema desenvolvemos o Transporte em Saúde. Trata-se de um sistema de transporte rodoviário, apropriado e gratuito, para conduzir o usuário do SUS com incapacidade física ou econômica de uma cidade para outra, quando precisar de exames e consultas especializadas, em articulação com o PSF e os Centros de Especialidade Integral, com vistas à complementação diagnóstica e ao tratamento diferenciado", explica o candidato democrata.
O Transporte em Saúde, segundo Paulo Souto, será um serviço eletivo com agendamento prévio, sem urgência, oferecido de forma planejada, com qualidade e conforto, dando acesso àqueles que buscam o SUS. "O Transporte em Saúde vai ampliar o acesso dos cidadãos aos serviços de saúde pública com garantia de integralidade da assistência, um dos principios do SUS", afirma.
A falta de leitos hospitalares na rede pública do estado causou a morte de 423 pessoas no ano passado, em Salvador. Esses pacientes não puderam ser transferidos dos postos de saúde para os hospitais estaduais, onde deveriam ser internados para os devidos procedimentos cirúrgicos necessários ao restabelecimento da saúde.
Para evitar a repetição de tragédias desse tipo, o candidato democrata Paulo Souto incluiu em sua proposta de política de saúde a construção de novos hospitais, que reafirmam seu compromisso histórico com a interiorização dos serviços públicos de saúde.
"Pretendemos construir seis novos hospitais gerais regionais, sendo cinco com 150 leitos cada e um com 200 leitos nas regiões de maior carência de assistência hospitalar, funcionando como referência para média e alta complexidade na sua respectiva microrregião", informa o candidato democrata.
Em seu último governo, Souto construiu os hospitais do Oeste, em Barreiras, o de Ribeira do Pombal, o Dantas Bião, em Alagoinhas, o Instituto do Coração e a Maternidade José Maria de Magalhães, em Salvador. Além disso, o ex-governador iniciou as obras dos hospitais de Irecê e de Juazeiro, concluídos na atual administração.
Com as novas unidades hospitalares planejadas pelo candidato democrata, a ideia é acrescentar ao atual sistema mais de três milhões de pessoas atendidas, mais de 1 milhão de consultas, 125 mil cirurgias, 2,5 milhões de procedimentos especializados, 1,5 milhões de exames laboratoriais, 100 mil exames de anatomia patológica, 360 mil exames de Raio-X, 80 mil ultrassonografias e 60 mil procedimentos de ecografia.
PROMESSAS
"Queremos envolver mais de mil médicos, mais de dois mil enfermeiros e 1.700 outros profissionais, afora pessoal terceirizado", informa o ex-governador.
Outra iniciativa na área de saúde que pretende adotar o candidato democrata é a criação de um hospital de referência em oncologia, para liderar a rede de tratamento do câncer no estado. A Bahia não dispõe de unidade pública estadual que ofereça à população assistência integral especializada, no modelo de Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
"A nossa proposta é que esse novo estabelecimento de saúde tenha como diferencial oferecer, no âmbito público, tratamento especializado e gratuito de alta complexidade num mesmo local, desde o diagnóstico até a reabilitação completa, bem como formação de recursos humanos especializados, além de residência médica", diz Souto.
Outra medida a ser adotada no caso de vitória democrata é a implantação do Programa de Garantia de Cirurgias. "Nossa meta com essa iniciativa é já no segundo ano de governo, estabelecer o prazo de até 90 dias para a realização de cirurgias eletivas depois do encaminhamento dos casos pelos Centros de Especialidade Integral", afirma o ex-governador, acrescentando que o programa vai beneficiar a população dos 417 municípios baianos, abrangendo toda a rede conveniada ao SUS e a rede pública.